Desporto

Girabola apresenta desafios aliciantes

Betumeleano Ferrão

O adiamento por tempo indeterminado do clássico só aumentou em demasia o sumo dos jogos previstos para o último sábado de Março. A segunda volta do campeonato começa em grande estilo em cinco estádios, nos quais são disputados embates cheios de grande interesse, ainda mais, porque está em destaque em simultâneo a questão do título e da despromoção.

30/03/2024  Última atualização 10H55
Diamantíferos têm a oportunidade de vencer para se aproximar dos líderes da competição © Fotografia por: contreiras pipas | EDIÇÕES NOVEMBRO

Por causa da questão do título, o Sagrada Esperança – Santa Rita, às 16 horas, no Estádio dos Coqueiros, acaba por ser o cartaz da tarde. Os diamantíferos fazem parte do trio de equipas, as outras são o Petro de Luanda e o Desportivo da Lunda-Sul, com mais oportunidades de fazer a festa da consagração, tendo em conta o grande avanço do triunvirato sobre os demais candidatos.

Os diamantíferos estão proibidos de falhar; têm de ganhar com muitas ou poucas dificuldades. O desperdício de dois pontos com o empate pode ser fatal na hora das calculadoras. A vitória não resolve de imediato a questão do título, mas reafirma esta ambição, ou seja, o brilho do candidato tem de aparecer reflectido no relvado em conjunto com o resultado final.

Os católicos não foram convidados para nenhum tipo de evento, assim, têm de ser o adversário que se espera: não permitir a inclinação do relvado. Embora de forma esporádica, o Santa Rita já provou ser capaz de surpreender os grandes, o problema é o relaxe na hora indevida para a felicidade dos oponentes.

Se o empate fosse como a mosca morta no perfume, fica fácil perceber qual seria o efeito da derrota para o Sagrada Esperança. Os diamantíferos sabem por que terminaram a primeira volta em terceiro. Certamente, teriam mais dois pontos, se tivessem triunfado no último jogo. O resultado que lhes sirva de sinal de alerta!

O Estádio do Tafe pode confirmar o regresso do leão ao campeonato nacional. O Sporting de Cabinda protagonizou uma recuperação inesperada nos três últimos jogos da primeira volta. O alerta do rugido acordou as faculdades perceptivas do Kabuscorp do Palanca, adversário do prélio que começa às 15 horas.

Embalados com o triunfo na estreia, claro, sob os leões, os palanquinos embalaram a ponto de parecerem intocáveis na primeira metade da primeira volta. O rótulo de candidato foi reafirmado inúmeras vezes pelo presidente Bento Kangamba. Quem olhar agora para a classificação, quarta posição com 27 pontos, entende com clareza as razões do por que o Kabuscorp vai ao Tafe carregado de enorme pressão.

A obrigação de vencer extramuros é mais do que compreensível. A equipa do bairro Palanca vê o trio da frente com largos pontos de avanço. Goste-se ou não, a verdade é que, a partir do jogo com o Sporting, alguma coisa tem de mudar. O campeonato de recuperação vai exigir todos os pontos possíveis.Assim como o Kabuscorp, o Interclube de Angola também entra em campo forçado a ganhar ou ganhar, em meio ao luto provocado por Mendinho, antigo craque que também ajudou os polícias a serem das equipas de topo do futebol angolano.

A necessidade de honrar a memória do antigo craque, mais a necessidade dos três pontos têm o mesmo peso, quando o jogo começar às 15h30. Só vai restar ao Interclube fazer pela vida para derrotar o intermitente Desportivo da Huíla, no regresso de Paulo Torres à antiga casa.

O penúltimo lugar do campeonato explica tudo. Os polícias não têm liberdade de escolha. Ninguém no início pensou que, na segunda volta, a equipa estaria a lutar pela sobrevivência. A luta é real e incontornável. Então, nada mais resta à equipa do Rocha Pinto, excepto ser melhor do que os militares, para acender a luz da esperança. O Desportivo, às vezes, "gosta” de ceder no fim. Então, urge uma oração para que os polícias consigam sorrir até ao último lance do jogo.

O Recreativo do Libolo está pior do que o Interclube. Custa acreditar, mas é real. A recepção desta tarde ao Wiliete de Benguela, marcada para as 15 horas, é uma das 14 finais que os libolenses têm pela frente.Como as finais são para serem ganhas, o moribundo Libolo só tem uma única escapatória: não pode dar-se ao luxo de guardar forças para a próxima jornada; tem de fazer o impossível para sorrir com três pontos.

Mais folgado na classificação, os verdinhos estão diante da tentação de igualar os mesmos 21 pontos do 1º de Agosto. O Wiliete está longe da atitude competitiva desejada, mas pode ser que consiga sacudir a pressão contra o acessível Libolo.

Por fim, teremos no Estádio 1º de Maio, igualmente a partir das 15h00, o também interessante União de Malanje – São Salvador do Kongo em duelo de primodivisionários.

Os forasteiros entram em campo com favoráveis dois pontos de vantagem, mas sentem a mesma pressão de triunfar como os anfitriões. A vitória é determinante para as contas da manutenção.

O União de Malanje corre atrás do prejuízo, mas se fizer bem os deveres de casa para evitar as cenas desagradáveis das últimas jornadas da primeira volta, a mais grave delas ir ao Estádio em carrinhas, pode trocar de posição com o São Salvador. Os dois degraus que levam ao décimo lugar são fáceis de alcançar, se a união fizer a força!

 

 

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