Por motivos óbvios, os dois desafios acabam por ser os mais importantes da 17ª jornada, porque têm tudo para agitar ainda mais o topo do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola.

Com o avançado Polaco a provar ao que veio na estreia, o Sagrada Esperança tem um motivo adicional para não falhar na ambição de chegar cedo à vantagem na luta pelo primeiro lugar. Ao entrarem em cena com uma hora de avanço, é justo que os diamantíferos queiram colher até onde não semearam, com o exclusivo propósito de lançar pressão ao vizinho da Lunda-Sul.

A obrigação de somar três pontos é bem real, os lundas têm de estar atentos aos sinais dos tempos, sem a presença do Petro de Luanda, ausente pela segunda semana consecutiva do Girabola, por causa das Afrotaças.

Se o brilho dos diamantíferos também reluzirem com eco, em função do(s) golo(s) na etapa inicial, fica claro que a vantagem sobre o São Salvador vai causar alguma apreensão a quem estiver a jogar com o seu resultado, no caso concreto o Desportivo da Lunda-Sul, porque terá de seguir o mesmo fio condutor para não ficar para trás.

O Sagrada Esperança tem tudo para chegar, ver e vencer extramuros, desde que consiga jogar sempre com a chama de candidato ao título. O primo-divisionário gosta de ser atrevido no seu reduto, quando lhe deixam até exibe com confiança a faca entre os dentes, uma atitude recorrente que tem de merecer toda a atenção do Sagrada.

A eleição de Sá Miranda não passou despercebida ao plantel do 1º de Agosto, se antes de ser eleito o agora presidente já ia ao França N’dalu ver com os seus olhos, fica claro que esta tarde tem mais motivos para estar presente, o que significa que os militares têm de afinar a pontaria para impressionar o "novo general", um ex-defesa central que seguramente vai querer ver a equipa ao ataque.

O grande atraso pontual do D’Agosto no Girabola de modo algum dá mais doses de favoritismo ao Desportivo da Lunda-Sul, pelo menos não neste clima de mudança directiva por que passam os rubro-negros.

 Os agostinos têm de provar que são dignos de merecer o seu quinhão no campeonato, não podem permitir que o momento de forma do adversário seja determinante para o resultado final.

A precisar de pontos para provar que os últimos dois empates consecutivos foram acidentes de percurso, em vez do preço da fama, o Desportivo da Lunda-Sul já sabe que terá de aceitar o desafio de passar pelo epicentro do vulcão, mas sem sofrer danos.

O 1º de Agosto está fragilizado, é verdade, mas ainda tem uma palavra a dizer, sobretudo a quem teve a ousadia de sentar-se na histórica cadeira que deveria ser sua, goste-se ou não, mas o candidato é o D’Agosto. Pois, o Desportivo ainda é um intruso!