Cultura

Governo da Província de Benguela vai construir academia de cultura

Arão Martins / Benguela

Jornalista

A directora da Cultura em Benguela, Rosária Tchitali anunciou, na sexta-feira, que a província vai ter, nos próximos tempos, uma academia para promover e dinamizar as artes e os seus percursores.

10/03/2024  Última atualização 10H50
Rosária Tchitali (ao centro) disse ser importante trabalhar em prol do crescimento das artes para se dar visibilidade à cultura local © Fotografia por: DR
Essa garantia saiu durante um encontro mantido com os artistas das mais variadas disciplinas artísticas locais, no quadro do Programa Integrado de Desenvolvimento Local de Combate à Pobreza (PIDLCP), por via da dinamização das actividades artísticas e culturais.

Promovido pela Direcção Provincial da Cultura de Benguela, a "Oficina Artesanal” que aconteceu junto à Praia Morena, terra das Acácias Rubras, segundo Rosária Tchitali serviu, igualmente para se inteirar das principais inquietações dos artistas. "A academia de artes é um sonho antigo que brevemente vai  se tornar uma realidade.”

Rosária Tchitali disse que é importante trabalhar em prol do crescimento das artes e maior visibilidade da cultura de Benguela. Destacou o excelente trabalho desenvolvido pela comissão de gestão da Oficina Artesanal na dinamização e materialização dos programas culturais locais.

A directora salientou que o Governo Provincial de Benguela criou a Oficina Artesanal com o objectivo de promover, preservar e divulgar a cultura e os seus percursores. "Os artistas clamavam pela existência de uma casa das artes onde podiam encontrar-se e expor os trabalhos e desenvolver o potencial artístico e os resultados têm sido satisfatórios.”

Pessoalmente, mostrou-se muito satisfeita com o espaço e o volume de actividades realizadas na Oficina Artesanal. "Estamos a mudar o cenário e a reconhecer a utilidade dos nossos artistas pelo trabalho desenvolvido na valorização e preservação da cultura nacional”.

Rosária Tchitali  acredita que a caminhada faz-se com todos e nunca de forma isolada ou individual. "É um sonho dos artistas locais em ter uma academia de artes na província e estamos a trabalhar no sentido de a materializar ainda este ano se possível.”

A importância da troca de conhecimentos entre os artistas consagrados e a nova geração, segundo Rosária Tchitali deve continuar a ser incentivada. "Precisamos beber da experiência dos mais antigos como fonte de conhecimento e que têm muito a ensinar às novas gerações”.

A responsável espera que as actividades culturais desenvolvidas durante o ano artístico na Oficina Artesanal sejam em maior volume e que os criadores optem pela qualidade estética das obras, no sentido de ajudar a fomentar o turismo cultural. Por isso, disse, contar com a colaboração de todos.

Satisfação do historiador

O pesquisador cultural Manuel Matias defendeu a necessidade de um maior investimento nas infra-estruturas para promover o rápido desenvolvimento do movimento artístico em Benguela. "Precisamos de mais espaços culturais onde a juventude possa ter como referência e desenvolver as suas pesquisas sobre os mais variados assuntos ligados à cultura local”.

O também assessor do director-geral da Oficina Artesanal, frisou, ser importante a partilha de conhecimento para promover e criar novos factos culturais. Manuel Matias disse que a intenção é tornar a Oficina Artesanal, num  espaço cultural e recreativo mais actrativo durante o ano artístico em Benguela.

De acordo com Manuel Matias, Benguela ganhou um espaço onde os criadores podem mostrar o potencial. "O projecto responde aos anseios e algumas necessidades dos artistas, sobretudo no dinamismo que se pretende nas acções para o crescimento das artes e valorização da cultura nacional.

A Oficina Artesanal, que foi construída com fundos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), garantiu, tem estado a dar outra visibilidade e dignidade aos criadores locais. Assegurou que Benguela, há muito que se tornou um palco do movimento cultural do país e a Oficina Artesanal tem demonstrado essa realidade.

Os artistas locais, referiu, agora têm a possibilidade de promover encontros com artistas provenientes de outras regiões do país e da diáspora.

O historiador frisou que é importante entender que a cultura, independentemente de ser criatividade própria, é necessário apoios dos mecenas à classe artística. "O Executivo como detentor das políticas culturais, tem feito a sua parte. Precisamos do envolvimento de toda a sociedade, sobretudo da classe empresarial local”.

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