Carmen do Sacramento Neto, que fez o anúncio no final de visitas de trabalho de dois dias às empresas do sector de pescado e transformação, realçou que os novos empreendimentos vão conferir mais rigor, sobretudo no combate à pesca ilegal não regulamentada e não declarada.

Com esta iniciativa, segundo ainda a ministra, o Estado afirma a sua posição de garantir a questão da legalidade, declaração e regulamentação do pescado a todos os níveis. Para a efectivação do programa, adiantou que, ainda este ano, serão feitos estudos profundos nas áreas seleccionadas por se tratar de grandes obras marítimas. 

Numa primeira fase, os primeiros quatro portos serão construídos na província de Cabinda, Luanda (bairro da Boavista), Cuanza-Sul (Porto-Amboim) e Namibe (cidade de Moçâmedes).

Ainda sobre os projectos, Carmen do Sacramento Neto destacou serem infra-estruturas que não podem ser executadas ao longo de toda a costa em simultâneo, mas nos grandes centros de recepção dos mercados de distribuição de pescado.

A título de exemplo, apontou o bairro da Boavista, em Luanda, onde existe já uma obra marítima que suporta a recepção das embarcações do segmento semi-industrial e industrial.

A ministra não tem dúvidas de que o projecto vai melhorar o sector do pescado, cabendo ao Estado assumir a sua posição nessa cadeia de valor.

Carmen do Sacramento Neto prometeu trabalhar para que os empresários continuem a abastecer o mercado, já que, nas empresas visitadas, foram encontradas capacidades de armazenagem de variados produtos de pescado.

Escassez de peixe

A ministra das Pescas e Recursos Marinhos disse ter ouvido reclamações sobre escassez de peixe no mercado, incluindo nas províncias de Luanda, Benguela e Namibe, queixas que, segundo Carmen do Sacramento Neto, não condizem com os factos.

"Não é consensual, porque no decorrer das visitas às unidades de pescadores, armadores e fábricas de processamento foi visível a disponibilidade de grandes quantidades de aprovisionamento, que poderiam estar no mercado”, afirmou a ministra, garantindo que há "pescado suficiente para atender o mercado”.

No decorrer da visita de dois dias às empresas de  processamento de pescado, Carmen do Sacramento Neto  ouviu os principais constrangimentos dos empresários e representantes das associações. A ministra acredita que a construção de novos portos vai minimizar estes problemas.

Uma das inquietações apontadas pelos empresários tem a ver com o preço dos combustíveis. Em resposta, Carmen do Sacramento Neto disse que o Governo está a gizar esforços para a resolução deste problema, com a criação de subsídios aos combustíveis.