"Isso diz respeito às pessoas que lideram a Ucrânia. Um recomeço e um novo começo são necessários [...], não apenas na esfera militar. É verdade, estou a pensar numa substituição de Zaluzhny”, disse o Presidente ucraniano.

Zelensky não limitou a sua avaliação apenas à esfera militar, indicando, também, que considera substituir vários altos funcionários do Estado. "É um assunto que preocupa as pessoas que deveriam liderar a Ucrânia. É claro, um recomeço e um novo início são necessários”, avançou em entrevista à Rai TV da Itália, citada na imprensa brasileira.

Os atritos entre eles se intensificaram quando, em reunião em 29 de Janeiro de 2024, o Presidente informou ao comandante das Forças Armadas que ele seria destituído do cargo.

Relatos sugerem que Zaluzhny recusou-se a renunciar, e, até ao início deste mês, a situação do general permanece incerta. Especialistas entendem que a divergência representa uma ameaça à relação civil-militar e, se confirmadas as informações sobre a recusa de Zaluzhny em obedecer à ordem legítima do comandante civil, isso pode levar a uma desestabilização rápida do Governo controlado civilmente na Ucrânia.

"Isso poderia, por exemplo, abrir espaço para a emergência de um governo subordinado à vontade militar ou mesmo para a ascensão de uma junta militar”, disse um analista militar.

Em Novembro de 2023, Zaluzhny desafiou abertamente a visão de Zelensky sobre o conflito com a Rússia. A discordância se aprofundou com a publicação de um ensaio pelo líder militar a 1 de Fevereiro de 2024, questionando a abordagem do Presidente ucraniano em relação à mobilização.