O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
A passagem de testemunho e uma contínua troca de experiências é a pretensão dos guitarristas, Teddy Nsingui, Botto Trindade, Isáu Baptista, Texas e Mário Gomes, que como quinteto partilharam o palco na primeira edição “Mwimbu Plugged”, com a Simbiose de Guitarras, no Palácio de Ferro.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Mário Gomes falou do momento que viveu na noite de quinta-feira. "Tocar com mestres como Teddy e Botto é sempre o concretizar de um sonho e parece que é a primeira vez”. O guitarrista foi o mais novo dos solistas presentes.
Texas também manifestou a emoção de tocar com artistas que o influenciaram e que ao longo da carreira tem executado temas com as malhas dos dois gigantes.
Isaú Baptista é o da geração intermédia e tal como os dois mais novos é produto da Igreja Tocoísta.
Do lado da experiência, Teddy Nsingui e Botto Trindade consideram a iniciativa positiva e reiteraram à vontade em trocar técnicas e habilidades com jovens. "Nós também aprendemos com eles, porque pesquisam muito e trazem novas sonoridades”.
João Vigário, director do Palácio de Ferro, revelou que o projecto "Mwimbu Plugged” é uma iniciativa do Ministro da Cultura e Turismo. Filipe Zau esteve presente no primeiro concerto, que foi denominado "Simbiose de Guitarras”.
"Nós não vamos ficar por aqui, no futuro vamos reunir teclistas e depois outros instrumentistas. Também quero agradecer ao Nino Jazz que aceitou fazer a direcção artística do concerto”, disse Filipe Zau.
As ausências de Carlitos Vieira Dias e Carlos Praia foram comentadas pelo ministro Filipe Zau, o primeiro está doente em Lisboa e o segundo por questões de agenda.
Quanto à ausência de outros guitarristas de referência, João Vigário afirmou que o importante foi começar.
No passado, outras iniciativas de reunião de instrumentistas foram realizadas na III Trienal de Luanda, numa edição do Top dos Mais Queridos e no 1.º Concerto de Música Popular Urbana Angolana Instrumental, realizado a 25 de Janeiro de 2019.
Simbiose de Guitarras
Teddy Nsingui e Botto Trindade usaram a guitarra para dialogar com Isaú Baptista, Texas e Mário Gomes, alternando os solos e ritmos esta foi a comunicação transmitida à plateia.
O tema "Nzagi” ganhou versão instrumental, antes de Botto puxar a "Tapioca” com improvisos dos parceiros.
Com o acompanhamento de Dalu Roger (congas), Omar (bateria) e Luís (baixo) desfilaram com novas harmonias e arranjos "Rufo da Liberdade”, "Canto a Luanda”, "Wachichima”, "Mama Kudilé” e "Choro do Semba”, tema de Texas que foi muito aplaudido.
Como propostas encaixadas na simbiose das guitarras foram "Ku sukula”, "Nostalgia”, "Passeio em Fi” e "Semba para Carlitos”, um dos pontos altos do concerto. "Não poderia haver melhor homenagem prestada ao próprio Carlitos que só não esteve presente por preocupantes razões de saúde”, escreveu o jornalista Reginaldo Silva.
"O Carlitos Vieira Dias já é, neste momento, um dos maiores guitarristas da nossa música popular urbana, com uma trajectória iniciada ainda com o Ngola Ritmos quando teve de substituir o seu pai, o Liceu Vieira Dias, então preso pela PIDE e posteriormente desterrado para o Tarrafal”, reforçou o amigo e apreciador da voz de "Lemba” e "Marçalina”.
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