O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
Os restos mortais do Presidente Hage Gottfriend Geingob, falecido no passado dia 4 de Fevereiro, vítima de doença, aos 86 anos, vão amanhã a sepultar, a partir das 10 horas locais, no Memorial Heroes Acre, em Windhoek.
Em relação às entidades estrangeiras, está confirmada a presença de 27 Chefes de Estados e de Governo africanos, incluindo o Presidente João Lourenço, que já se encontra, desde manhã de ontem, na capital namibiana, em companhia da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço.
Para hoje, a partir das 14H00, estão reservadas a leitura de elogios e tributos a Hage G. Geingob que serão feitas por várias entidades políticas nacionais e internacionais, com maior destaque para os líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), representada pelo Presidente angolano João Lourenço.
A menos de 24 horas para os restos mortais do Presidente Hage G. Geingob serem depositados no Memorial Heroes Acre, os namibianos vivem um momento de choro, angústia e ao mesmo tempo que paira uma "nuvem de desespero”, no que diz respeito à continuidade dos programas de desenvolvimento económico e social levadas a cabo pelo líder que faleceu, vítima de cancro.
Hage G. Geingob deixa profundas memórias aos namibianos pelo facto de ter defendido a causa do povo, em particular da juventude nos momentos mais difíceis, nomeadamente, no período antes da Independência, em que se tornou um activista incansável na queda do regime do Apartheid, ainda como exilado nos Estados Unidos, e durante a pandemia da Covid-19.
De acordo com os depoimentos do bispo da Igreja Fonte da Vida, de Windhoek, Manuel dos Santos, um angolano que vive na Namíbia há 29 anos, Hage G. Geingob é descrito como uma lenda designada de forma unânime por "herói e filho da nação namibiana”.
O falecimento do Presidente Hage, frisou o bispo, tem feito chorar toda a nação. "Hage G. Geingob foi um herói para os namibianos, por defender a Namíbia no período antes da Independência, um activista incansável que advogou a queda do regime do Apartheid”, sublinhou o reverendo.
Enquanto ministro do Comércio e Indústria, lembrou o bispo, Hage G. Geingob impulsionou a economia e o investimento estrangeiro que até hoje as famílias reconhecem o trabalho feito por ele.
Depois de ter assumido o cargo de Presidente da República, com maioria absoluta, recordou, a Namíbia começou a marcar pontos, sobretudo, na união das várias etnias, o que lhe permitiu a reeleição para o segundo mandato.
Manuel dos Santos disse que o Governo dirigido por Hage G. Geingob trabalhou directamente com jovens e sempre acreditou no potencial dos mesmos, formando-os e dando-os oportunidade de emprego.
Amigo da inclusão feminina e da religião
Outro facto destacado pelo bispo foi o de o Presidente Hage Geingob ter dado importância à inclusão de mulheres que ocuparam posições no aparelho governativo.
Segundo o reverendo da Igreja Fonte de Vida, o ex-estadista namibiano foi um homem apaixonado, amigo e devoto da religião cristã. Não se escondia de praticar publicamente, tendo participado várias vezes nos cultos aos domingos.
Windhoek despede-se do Presidente
Os cidadãos de Windhoek encheram, na manhã e princípio da tarde de quinta-feira, as avenidas da cidade para se despedirem e fotografar, pela última vez, a urna onde continha os restos mortais do Presidente Hage Gottfriend Geingob que vai ser depositado amanhã, a partir das 10 horas locais no Memorial Heroes Acre.
A caravana, composta por automóveis protocolares, da Polícia da Cidade e blindados das Forças Armadas Namibianas, percorreu todas as avenidas de Windhoek, com o objectivo de todos os cidadãos que não poderão estar presentes nas duas cerimónias, despedirem-se de Hage Gottfriend Geingob.
Hage Geingob, nascido a 3 de Agosto de 1941, no distrito de Grootfontein, na Namíbia, iniciou os estudos em Otavi, no ano de 1948. Em 1958, (frequentou) o Augustineum College, onde surgiram os sinais de consciência política que foram plantadas. Como estudante em Augustineum College, o jovem Hage G. Geingob liderou uma greve contra o tratamento injusto dos estudantes. Em 1961, completou a formação de professores, passando a dar aulas em Tsumeb. Foi em Tsumeb que começou a participar em actividades da SWAPO e ingressou, oficialmente, na SWAPO em 1962.
No dia 3 de Abril de 1962, Geingob deixou a Namíbia (então Sudoeste Africano) para oexílio, começando no Botswana onde se juntou a outros lutadores pela liberdade em busca da Independência da Namíbia. Posteriormente, seguiu para Léopoldville (Kinshasa) actual República Democrática do Congo (RDC), onde conseguiu uma bolsa para os Estados Unidos da América. Estudou na Temple University. Ainda nos Estados Unidos, Geingob foi nomeado representante da SWAPO naquele país e nas Nações Unidas. Em 1970, obteve um bacharelado em Ciência Política da Fordham University New York e mais tarde fez um mestrado em Relações Internacionais no The New Escola de Pesquisa Social em 1974. Obteve o título de Doutor em Filosofia pela Universidade de Leeds, no Reino Unido em 2004, com sua tese intitulada Formação do Estado na Namíbia: Promoção da Democracia e da Boa Governação.
Em 2015, Dr. Geingob recebeu em Fordham University um título de Doutor Honorário em Letras Humanas, entre outros prémios internacionais em reconhecimento a sua excepcional liderança em diferentes áreas da actividade humana.
O Presidente Geingob também é agraciado com a Ordem de José Martí prémio por liderança excecional do Governo da República de Cuba.
Dr. Geingob foi designado pela SWAPO para ser membro da ONU Equipa da Namíbia como oficial de assuntos políticos.
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