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Hamas prepara ataques para o dia do Ramadão

O ministro da Defesa de Israel alertou, quarta-feira, que o Irão, o Hamas e o Hezbollah têm planos para aproveitar os feriados muçulmanos do Ramadão para iniciar uma “segunda fase” dos ataques lançados a 7 de Outubro contra o território israelita.

29/02/2024  Última atualização 12H00
Yoav Gallant alerta para possíveis acções do Hamas no Monte do Templo e Jerusalém © Fotografia por: DR
"O principal objectivo do Hamas é usar o Ramadão, com destaque para o Monte do Templo e Jerusalém, e torná-lo a segunda fase do seu plano que começou a 7 de Outubro”, destacou Yoav Gallant, durante uma avaliação do Comando Central das Forças Armadas de Israel.

As declarações de Yoav Gallant foram proferidas num momento em que os mediadores apresentaram sinais de que Israel e o Hamas estão perto de chegar a um acordo de cessar-fogo e observar a troca de prisioneiros e reféns.  

Para o governante, o principal objectivo do Hamas está a ser "amplificado pelo Irão e pelo Hezbollah”. O responsável pela pasta da Defesa tem defendido não dar margem ao movimento islamita palestiniano. No entanto, o ministro da Defesa de Israel é de opinião de que Telavive "não deveria dar ao Hamas o que não foi capaz de alcançar desde o início da guerra”, de acordo com o jornal israelita 'The Times of Israel', citado pela agência Europa Press.

Em declarações interpretadas como direccionadas ao ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, de extrema-direita, o ministro da Defesa defendeu que devem ser evitadas "declarações irresponsáveis de pessoas que deveriam ser responsáveis”, pois podem levar a uma escalada de acontecimentos em pouco tempo.

Ben Gvir, conhecido pelas suas declarações racistas e ultranacionalistas, tem defendido a imposição de restrições aos palestinianos na Cisjordânia e impedi-los de rezar na Esplanada das Mesquitas durante o Ramadão, o mês sagrado do Islão, e até proibir o acesso a árabes israelitas com menos de 70 anos.

Fome atinge níveis catastróficos em Gaza 

Três agências da Organização das Nações Unidas alertaram, na terça-feira, no Conselho de Segurança, para os "níveis catastróficos” de insegurança alimentar e "elevado risco de fome” que o povo de Gaza enfrenta e que "aumenta de dia para dia”. A reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada pela Guiana e pela Suíça, com o apoio da Argélia e da Eslovénia, e contou com 'briefings' da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), do Programa Alimentar Mundial (PAM) e do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que descreveram o grave cenário que se vive no enclave, induzido pelo conflito.

"Gaza está a assistir ao pior nível de desnutrição infantil em todo o mundo”, afirmou o director executivo adjunto do Programa Alimentar Mundial, Carl Skau, referindo que muitas crianças estão sem cuidados. 

 Força Aérea egípcia lança medicamentos em Gaza

A Força Aérea egípcia lançou, ontem, 50 toneladas de ajuda médica de urgência na Faixa de Gaza, integradas no primeiro lançamento aéreo de apoio humanitário no norte e centro do enclave palestiniano, segundo fontes oficiais.

Em comunicado, o Exército egípcio indicou que a operação de apoio envolveu outros quatro países - Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Qatar e França -, sem avançar mais detalhes.

A cadeia televisiva estatal, Al Qahera News, citando fontes egípcias que falaram sob anonimato, informou que a operação faz parte dos esforços do Egipto para "aliviar as áreas afectadas no norte da Faixa de Gaza e fornecer-lhes ajuda urgente".

Trata-se do primeiro lançamento aéreo de ajuda humanitária por parte do Egipto desde o início do actual conflito, tendo sido lançado um primeiro lote de 10 toneladas de alimentos e ajuda humanitária também nas zonas do norte da Faixa de Gaza.

A Jordânia, através da organização Haxemita e com o apoio da ONU Mulheres, lançou mais 40 toneladas de pacotes de cuidados de saúde para distribuir entre as mulheres em Gaza, segundo a agência de notícias jordana, Petra.

Desde 7 de Outubro que a Jordânia realizou 15 lançamentos aéreos de ajuda, além de enviar 60 aviões com ajuda para o Egipto transferir através da fronteira de Rafah.

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