Política

Hidroeléctrica de Caculo Cabaça começa a gerar energia em 2026

Geraldo Quiala | Pequim

Jornalista

O Executivo angolano prevê colocar em funcionamento, no último trimestre de 2026, a primeira das quatro turbinas do Projecto Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, anunciou, quinta-feira, em Pequim, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, no quadro da visita oficial do Chefe de Estado, João Lourenço, à China.

15/03/2024  Última atualização 11H19
Barragem construída por empresa chinesa concluíu a primeira fase do desvio do Rio Kwanza © Fotografia por: Paulo Mulaza| Edições Novembro
Segundo o governante, que falava, ontem, à imprensa depois da audiência do Presidente da República ao responsável máximo da empresa China Gezghouba Group (CGGC), Tan Hua, as outras turbinas vão ser lançadas na sequência da primeira.

"Prevemos que, no final de 2026 e início de 2028, a última unidade esteja em operação. Esta é a nossa perspectiva”, avançou o ministro João Baptista Borges.

Com a China, acrescentou o titular da pasta da Energia e Águas, Angola tem esta linha de crédito que suporta e financia, actualmente, os grandes projectos, como espera que o maior projecto hidroeléctrico, situado na bacia do rio Kwanza, seja concluído com êxito.

"Aqui nesta visita, o Presidente da República vai ter esta oportunidade de, com as autoridades chinesas, trocar impressões relativamente a este projecto e a nossa perspectiva de conclusão e a garantia do financiamento até ao final da obra”, realçou.

Em Maio de 2023, o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, construído por uma empresa chinesa, concluíu a primeira fase do desvio provisório do Rio Kwanza.

O projecto tem proporcionado emprego a  milhares de angolanos durante o período de construção.

Após a conclusão, prevê-se que a Barragem de Caculo Cabaça satisfaça mais de 40 por cento da procura de energia eléctrica em Angola e reduza as emissões de gases com efeito estufa em 7,2 milhões de toneladas por ano, ajudando mais pessoas a usufruir de energia verde e limpa.

Sobre este particular, as autoridades chinesas assumem que o país sempre busca altos padrões, sustentabilidade e melhoria do bem-estar do povo na construção da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), pautando em soluccionar o problema de interconectividade, num conceito orientador como abertura à energia verde e transparência, ao aderir ao princípio de consulta, construção e compartilhamento. Segundo a China, a ICR não só dá um novo impulso à diversificação económica, industrialização e desenvolvimento sustentável de Angola, como também reforça o entendimento mútuo e a amizade entre os dois povos.

Os resultados da cooperação, nos últimos 11 anos, mostraram que a Iniciativa está conforme a tendência dos tempos para a globalização económica, porque responde às necessidades do Século XXI com vista à reforma do sistema de governação global, centrando-se no objectivo a longo prazo e nas necessidades do desenvolvimento comum global,  satisfazendo as aspirações dos países, especialmente as nações em desenvolvimento, ao promover a paz e o desenvolvimento sustentável.

Até agora, a China assinou mais de 200 documentos de cooperação no âmbito da ICR com 152 nações e 32 organizações internacionais, aumentando o investimento para quase 1 trilião de dólares, além de criar 420 mil postos de trabalho nos países participantes e erradicar a pobreza para cerca de 40 milhões de pessoas. De acordo com um relatório do Banco Mundial, a construção conjunta da ICR tem ajudado a aumentar 4,1% de comércio, 5% de investimento estrangeiro e 3,4% do PIB dos países participantes.

Angola, um importante parceiro económico e comercial da China em África, foi dos primeiros países a aderir à ICR, tendo sido beneficiado, nos últimos 11 anos, com a construção de novas pontes para a amizade e a cooperação China-Angola, impulsionando a relação sino-angolana para uma qualidade mais elevada.

Também foi responsável pelo reforço da cooperação nos domínios do Investimento, da Saúde, da Energia, do Digital, bem como ajudou a melhorar as condições de vida da comunidade local. Dados oficiais indicam que o número de empresas chinesas em Angola ultrapassou 400, com investimentos acima de 24 mil milhões de dólares.

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