Os cidadãos em causa, com idades compreendidas entre 30 e 35 anos, foram detidos nos primeiros dias do corrente mês, por seguranças do hospital, suspeitando-se de que façam parte de uma rede organizada, que, no ano passado, protagonizou duas acções semelhantes no mesmo local.

O director do Hospital Municipal do Cuemba, Arnaldo Salusseque Miguel, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que, no segundo semestre de 2023, a unidade sanitária sofreu dois desfalques do género, tendo sido furtadas grandes quantidades de medicamentos.

"No segundo semestre do ano passado, sofremos dois furtos. Suspeita-se de uma rede organizada, que actua fora do município e comercializa os medicamentos em outras zonas”, disse Arnaldo Salusseque Santos.

O porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional, superintendente-chefe, António Hossi, disse, ao Jornal de Angola, que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) já ouviu parte dos funcionários do hospital ligados à área farmacêutica e da empresa de limpeza que presta serviços à unidade sanitária.

Orçamento mensal

O Hospital Municipal do Cuemba recebe, de acordo com o seu director, 20 milhões de kwanzas por mês, para despesas correntes.

Arnaldo Salusseque Miguel explicou que os valores são aplicados na compra de material gastável, medicamentos e reagentes para o laboratório e para o serviço de hemoterapia, que não fazem parte dos bens distribuídos, todos os meses, pelas empresas contratadas para o efeito pelo Ministério da Saúde.

Arnaldo Salusseque Miguel deu a conhecer que os valores recebidos mensalmente servem, também, para aquisição de bens alimentares para os doentes internados e trabalhadores em serviço, bem como o pagamento às empresas de segurança e de limpeza, aquisição de produtos para higienização da roupa hospitalar, compra de combustível para as viaturas e geradores e a sua manutenção.

O Hospital Municipal do Cuemba, inaugurado em 2019, pelo Presidente João Lourenço, tem capacidade para internar 75 doentes. O corpo clínico é composto por dez médicos, sendo oito de nacionalidade angolana e dois de nacionalidade cubana. A unidade sanitária conta, ainda, com quatro enfermeiros licenciados, 25 técnicos de enfermagem, 12 técnicos auxiliares e 15 administrativos.