Política

Imprensa estrangeira pode ajudar na captação de mais investidores

A participação da imprensa estrangeira na divulgação de notícias sobre Angola pode servir de incentivo para atrair investidores internacionais ao país, defendeu, sexta-feira, em Luanda, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).

10/02/2024  Última atualização 09H20
Mário Oliveira esteve, ontem, com os correspondentes de diversos órgãos de Comunicação Social, acreditados no país © Fotografia por: Edições Novembro
Mário Oliveira defendeu o facto ao intervir no encontro com os jornalistas e correspondentes da imprensa estrangeira acreditados em Angola, acto que decorreu no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM).

O governante considerou muito importante a cobertura da realidade nacional pela imprensa estrangeira, sobretudo no actual momento em que o Executivo angolano aposta na "diplomacia económica".

Segundo Mário Oliveira, o processo de diversificação da economia pode contar com o apoio de todos os actores, entre os quais a imprensa estrangeira no país, servindo de catalisadores para os investidores, sublinhando que o engrandecimento de Angola no concerto das nações requer a participação da media estrangeira, porque permite a divulgação da imagem real do país.

No que toca à liberdade de imprensa no país, Mário Oliveira referiu que as instituições defendem, respeitam e têm-na como pilar fundamental para a construção de um Estado Democrático e de Direito, assente nos princípios da igualdade.

Sem o respeito pelas leis e regras, acrescentou o ministro, fica comprometida a harmonia entre as fontes (entidades governativas) e jornalistas, pondo em risco os grandes objectivos que consistem na captação de investimento estrangeiro.

O governante ressaltou que o respeito pela liberdade de imprensa facilita o desempenho de forma cabal, quer para as responsabilidades das entidades, como as dos jornalistas, sublinhando que os representantes da media estrangeira vão continuar a contar sempre com o apoio necessário do Ministério.

De acordo com o ministro Mário Oliveira, a presença de várias rádios privadas e jornais, bem como a inexistência de cidadãos detidos por motivos de "liberdade de imprensa" é sinal de que há no país liberdade de imprensa e uma democracia em desenvolvimento.

Acesso às fontes de informação

O acesso à fonte de informação, disponibilidade e rapidez nas respostas solicitadas e o tratamento por igual dos jornalistas foram apontados como premissas fundamentais na construção e divulgação de notícias que retratam a realidade de Angola.

De acordo com a delegada da Agência Lusa em Angola, Raquel Rio, a disponibilidade e rapidez das fontes de informação permitem que os jornalistas construam as notícias da melhor forma, completas e concretas para quem as lê, vê e ouve, retratando a realidade do país.

Raquel Rio considerou fundamental uma relação entre quem pergunta e quem deve ter a responsabilidade de responder, referindo que o acesso à informação deve ser aberto, disponível e em tempo útil.

A delegada da Lusa em Luanda observou que o trabalho do jornalista é fazer perguntas e no outro lado (a fonte) é dar respostas. No entender de Raquel Rio, as fontes devem estar disponíveis para retribuir aos jornalistas, usando as várias formas que hoje as tecnologias de informação oferecem.

Segundo a jornalista da Lusa, em Luanda, os governantes, mesmo que não tenham toda a informação para fornecer à imprensa, pelo menos que manifestem disponibilidade para ouvir e receber as questões da classe.

Relativamente ao encontro entre o ministro Mário Oliveira e os correspondentes da imprensa estrangeira acreditada em Angola, Raquel Rio disse que é bom que haja esta disponibilidade da entidade de tutela para ouvir os parceiros.

Já o delegado da RTP em Luanda, Viriato Teles, referiu que o encontro foi uma iniciativa útil, pois pode ajudar a manter e estreitar o contacto entre as entidades governativas e a classe de jornalistas estrangeiros.

Viriato Teles reforçou que o encontro contribuiu para um melhor entrosamento entre a actividade governativa e o trabalho dos órgãos estrangeiros de comunicação social, ressaltando que os jornalistas precisam de fontes disponíveis.

Nsimba Jorge, da Agência France-Presse (AFP), indicou que encontros do género devem acontecer com mais regularidade, para que a classe jornalística estrangeira coloque as preocupações, limitações e obtenha soluções, sobretudo no que diz respeito ao acesso às fontes de informação.

A disponibilidade em ter o ministro Mário Oliveira ao dispor dos jornalistas, continuou Nsimba Jorge, significa valorização dos órgãos internacionais que trabalham em Angola, além de ser uma oportunidade para a apresentação das preocupações da classe.

Quanto ao credenciamento para eventos oficiais, ressaltou o correspondente da AFP, ainda se nota a exclusão de jornalistas estrangeiros, dando primazia aos órgãos de Comunicação Social do país e com mais ênfase à imprensa pública.

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