A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O Exército israelita bombardeou locais em Gaza, provocando a morte de dezenas de pessoas na véspera do Ramadão e no meio de uma mobilização internacional para enviar ajuda humanitária à população civil ameaçada de fome.
Com as vítimas das últimas 24 horas, o balanço de cinco meses da ofensiva israelita em Gaza é de 31.045 mortos, confirmaram na segunda-feira as autoridades de saúde controladas pelo Hamas.
O Exército israelita, cujos soldados operam em vastas áreas do território palestiniano, anunciou que cerca de 30 combatentes palestinianos foram mortos nas últimas 24 horas no centro de Gaza e em Khan Yunis. Antes do Ramadão, o mês sagrado muçulmano de jejum que começou oficialmente ontem, não há qualquer sinal de um acordo de tréguas no conflito.
No dia 7 de Outubro do ano passado, operacionais do grupo extremista palestiniano invadiram zonas no Sul de Israel próximas da Faixa de Gaza e mataram cerca de 1.200 pessoas, fazendo, ainda, duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. O ataque levou Israel a declarar guerra contra o Hamas, prometendo aniquilar o grupo islamita que controla Gaza desde 2007.
Além das vítimas mortais e da destruição colossal, a guerra provocou uma catástrofe humana no pequeno território palestiniano. De acordo com a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome e 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas do local em que viviam.
O Ministério da Saúde do Hamas indica que 25 pessoas, na maioria crianças, morreram de subnutrição e desidratação. Israel cercou a Faixa de Gaza desde 9 de Outubro e só permite a entrada de ajuda por via terrestre a partir do Egipto, que mantém a fronteira fechada.
Ocupada pelo Exército israelita de 1967 a 2005, a Faixa de Gaza, que está sob bloqueio desde 2007, faz fronteira com Israel, o Egipto e é banhada pelo Mar Mediterrâneo.
Nos últimos dias, vários países ocidentais e árabes têm estado a enviar pacotes de alimentos e medicamentos para Gaza. A União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram, na sexta-feira, que estavam a preparar um corredor marítimo humanitário a partir de Chipre, a cerca de 370 quilómetros de Gaza.
O comando militar norte-americano anunciou, ontem, que um navio da sua frota está a dirigir-se para Gaza com equipamento para construir um porto temporário que permita a chegada de ajuda por via marítima.
Huthis simulam ataque contra colonato
Os rebeldes huthis do Iémen organizaram um exercício militar em grande escala de uma hipotética ofensiva contra Israel, envolvendo simulação de incursões no deserto do Negev e um ataque virtual a um colonato.
Os exercícios, denominados "Jerusalém no nosso caminho", foram conduzidos, no sábado, pelas Forças de Reserva do 6º Distrito Militar, com apoio de unidades aéreas e de artilharia, prontas a "enfrentar as forças hegemónicas lideradas pelos Estados Unidos, Reino Unido e de Israel", revelou terça-feira a agência não oficial dos rebeldes, Saba. Os meios de comunicação social referem que estas unidades "atacaram, durante o exercício, as posições virtuais do inimigo no Negev e tomaram o controlo da colónia de Dimona, bem como as bases e os centros de liderança". As tropas houthis também simularam emboscadas contra hipotéticas forças norte-americanas e britânicas que poderiam vir em auxílio das comunidades israelitas do deserto.
Dimona fica quase 2.000 quilómetros a norte da capital do Iémen, Sana'a, sob controlo houthi, e teria de atravessar o espaço aéreo saudita ou iniciar uma travessia do Mar Vermelho e do Golfo de Aqaba para penetrar no Sul de Israel e, a partir daí, percorrer os 250 quilómetros até à colónia.
O presidente do Comité Revolucionário do Iémen e principal dirigente houthi, Mohamed Ali al-Huti, aplaudiu os participantes do exercício, "heróis preparados para enfrentar os seus inimigos", numa altura em que a insurreição está em campanha contra a navegação internacional no Mar Vermelho, no âmbito da guerra israelo-hamaísta, lançando ataques de drones contra navios comerciais e as embarcações dos EUA e do Reino Unido que tentam protegê-los.
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