Mundo

Kigali acusado de atacar drone das Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas acusa elementos do Exército rwandês, que apoiam a rebelião do M23 no Leste da República Democrática do Congo (RDC), de dispararem um míssil terra-ar contra um drone de observação da ONU.

14/02/2024  Última atualização 13H52
ONU confirma que rebeldes usam mísseis no Leste da RDC © Fotografia por: DR
De acordo com o documento confidencial, consultado ontem pela AFP, um "presumível míssil terra-ar das Forças de Defesa do Rwanda (RDF)" visou um drone de observação da ONU na terça-feira, sem o atingir, e foi disparado de um veículo blindado numa zona controlada pelo M23.

"Os serviços de informação militar externos franceses confirmam que o veículo blindado WZ551, equipado com um sistema de mísseis terra-ar, é rwandês", acrescenta o documento. Duas fotografias aéreas, anexadas ao relatório, mostram um veículo blindado de 6 rodas com um radar e um sistema de lançamento de mísseis instalado no tejadilho e foram tiradas a cerca de 70 quilómetros a norte de Goma, região do território Rutshuru.

A Monusco (Missão das Nações Unidas na RDC) afirma no documento que não tem conhecimento de "nenhum grupo armado com a formação ou os recursos necessários para operar e manter um sistema móvel de mísseis terra-ar" e aponta para uma "escalada das forças convencionais envolvidas no conflito no Leste da RDC ". Nem as Nações Unidas nem as FARDC (Forças Armadas da RDC) comunicaram até, agora, este incidente.

O documento refere que "o M23 e o Exército rwandês" utilizaram numerosos tipos de armas contra aviões em voo e que possuem igualmente armas antiaéreas e sistemas de defesa aérea portáteis do tipo MANPADS. Os autores do documento consideram que os novos meios antiaéreos utilizados pelo M23 e pelo Exército rwandês "constituem uma ameaça de alto risco para todos os aviões do Governo da RDC e da Monusco na região".

No final de Janeiro, num vídeo publicado num canal pró-M23 no YouTube, Willy Ngoma, porta-voz do movimento rebelde apoiado pelo regime de Paul Kagame, ameaçou a Monusco com represálias, acusando-a de "fornecer informações" aos seus "inimigos" - as forças da RDC -, recolhidas por drones.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo