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Líbia corre o risco de desintegração

O enviado especial da ONU para a Líbia alertou, na quinta-feira, os actores políticos em conflito no país que se não formarem, urgentemente, um Governo unificado e avançarem para as eleições, o rico país do Norte de África em petróleo afundar-se-ia na "desintegração".

17/02/2024  Última atualização 07H15
Guerra e destruição levam a Líbia ao perigo de fragmentação © Fotografia por: DR
Abdoulaye Bathily disse ao Conselho de Segurança da ONU que havia muitos sinais alarmantes de tal deslize e apelou a todos os líderes políticos para que ponham de lado "os seus interesses” e se unam para negociar e alcançar um compromisso "para restaurar a dignidade da sua pátria”. "A relutância em fazê-lo põe em causa não só o seu compromisso com as eleições, mas, também, com a unidade e o futuro do seu país, pelo qual devem ser responsabilizados”, disse ele. A Líbia mergulhou no caos depois de uma revolta apoiada pela NATO ter derrubado e assassinado o Presidente Muammar Khaddafi, em 2011.

No caos que se seguiu, o país dividiu-se, com administrações rivais no Leste, no Norte e Oeste,  apoiadas por milícias rebeldes e Governos estrangeiros. A actual crise política decorre do fracasso das eleições de 24 de Dezembro de 2021 e da recusa do Primeiro-Ministro, Abdelhamid Dbeibah, que liderou um Governo de transição na capital Trípoli, em renunciar.

Em resposta, o Parlamento da Líbia, com sede no Leste do país, nomeou um Primeiro-Ministro rival, Fathi Bachagha, mas suspendeu-o em Maio passado. O poderoso comandante militar Khalifa Haftar continua a exercer a sua influência no Leste do país. O Sr. Bathily disse ao Conselho que, durante as suas últimas reuniões com os principais intervenientes, nenhum deles voltou atrás nas suas posições iniciais e que cada um estabeleceu condições prévias para a sua participação nas negociações destinadas a resolver as questões.

Ele destacou a intransigência de Dbeibah, Haftar, o presidente da Câmara dos Representantes, Agila Saleh, baseado no Leste do país e de Mohamed Takala, presidente do Conselho Superior de Estado, que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das leis eleitorais do país. O enviado da ONU instou os partidos rivais a levantarem as proibições às atividades da Alta Comissão Eleitoral Nacional, para que as eleições locais em 97 municípios de todo o país possam ter lugar este ano.

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