Sociedade

Luanda regista um surto de conjuntivite hemorrágica

Alexa Sonhi

Jornalista

A província de Luanda está a registar, nos últimos dias, um surto de conjuntivite dos tipos hemorrágica e epidérmica, ambas altamente contagiosas, informou, ontem, a directora do Instituto Nacional Oftalmológico de Angola (IONA).

01/03/2024  Última atualização 11H33
Utentes estão a ser aconselhados pelos médicos para manterem os cuidados redobrados © Fotografia por: Armando Costa| Edições de Novembro
Luísa Paiva, que falava à imprensa, disse que o IONA está a atender, em média, oito a dez casos de conjuntivite por dia. Só no sábado passado, sublinhou, foram registados 18 casos de conjuntivite hemorrágica.

A directora do IONA explicou que nas demais unidades de saúde a situação não foge à regra, pois estão a ser diagnosticados vários casos de conjuntivite, tanto hemorrágicas como epidérmicas.

De acordo com Luísa Paiva, o Hospital Josina Machel, que também presta serviço de oftalmologia, está a atender em média entre 15 a 18 pacientes por dia.

Para a responsável, estes números são preocupantes, porque a doença está a expandir-se com grande velocidade, tendo-se já registado dois casos na província do Bengo, dada a proximidade que tem com Luanda. Luísa Paiva explicou que estes dois tipos de conjuntivite são virais e autolimitados. Em regra, não precisam de tratamento médico em específico.

Segundo a especialista em oftalmologia, de cinco a 10 dias, a patologia cura, bastando, para tal, usar compressas frias várias vezes ao dia, aplicar um colírio de lágrimas artificiais para lubrificar os olhos e evitar muita clareza.

"Mas se, depois deste período, os sintomas não passarem, aconselha-se a ir ao hospital para ser observado por um oftalmologista, para aferir se tem alguma infecção ocular”, aconselhou.

Apesar de ser viral, explicou, a doença é altamente contagiosa e tem um período de incubação muito curto. O principal meio de contacto são as mãos e de forma directa.

A directora do IONA apelou à população a reforçar as medidas de prevenção, que passam pela lavagem das mãos frequentemente, não coçar ou tocar nos olhos e evitar ficar em lugares com aglomeração.

Luísa Paiva aconselhou os pacientes a não recorrerem a métodos próprios, como o uso de urina, porque ela é um produto de despejo e, se o organismo rejeita, não pode ser bom para tratamento dos olhos. "Ao se colocar urina nos olhos, a situação agrava-se e pode criar uma conjuntivite química que, se for maltratada, pode causar cegueira”, alertou.

O Ministério da Saúde, disse, já está a elaborar folhetos e a fazer vídeos com o objectivo de informar a população sobre como se prevenir e tratar a doença.

Mas a médica afirmou que a melhor forma de se cortar a cadeia de transmissão é evitar qualquer contacto, caso tiver a doença. Por isso, disse, o melhor é isolar-se. Se o infectado for criança, não deve ir à escola e os adultos não devem ir ao local de serviço, até estarem completamente curados.

Luísa Paiva disse que, mesmo em casa, os cuidados devem ser redobrados. A pessoa com conjuntivite deve evitar tocar nos objectos e usar óculos escuros até a infecção passar.

A conjuntivite é a inflamação da membrana transparente que reveste interiormente o olho. A doença tem como sinais olhos avermelhados e inflamados, sensação de areia e sensibilidade anormal à luz.

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