Sociedade

Luís Gomes Sambo dá nome ao Hospital Geral de Cabinda

Pedro Vicente | Cabinda

Jornalista

O Hospital Geral de Cabinda e o Terminal Marítimo de Passageiros desta província têm, desde ontem, novas designações.

16/02/2024  Última atualização 11H45
Vista frontal do hospital geral de Cabinda construido de raiz para alargar os serviços de saúde e melhorar o acesso ao público © Fotografia por: DR
A unidade hospitalar de referência na província passa a chamar-se Hospital Geral de Cabinda "Ervanário” Luís Gomes Sambo, em homenagem a esta ilustre figura que contribuiu com o seu saber no desenvolvimento sanitário, ensino e arte a nível da região.

Luís Gomes Sambo nasceu em Agosto de 1874, no Município de Cacongo, a 45 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, desde muito cedo integrou a missão de combate à tripanossomíase (doença de sono), isto em 1914, e como ervanário descobriu e utilizou cerca de 450 plantas medicinais para o tratamento de várias doenças tendo obtido grandes sucessos na época.

No ensino, Luís Gomes Sambo fundou, em Abril de 1906, a escola do Balombo em que alfabetizou, gratuitamente, centenas de ci-dadãos em condições desfavorecidas daquela região e pagou dos seus próprios bolsos os professores que o auxiliavam.

O secretário de Estado para Área Hospitalar, Leonardo Europeu Inocêncio, que descerrou a placa, considerou ser uma homenagem justa pelo contributo prestado em prol da sociedade, com destaque no sector Social.

Leonado Inocêncio destacou o facto de o Hospital Geral de Cabinda é uma unidade de terceiro nível de referência nacional e constitui numa das melhores instituições de saúde a nível do país.

Terminal Marítimo recebe o nome de Nzau Puna

O Terminal Marítimo de Passageiros passa a designar-se Miguel Maria Nzau Puna, em homenagem a este nacionalista, ex-deputado e político, que contribuiu, desde muito jovem, na luta pela libertação de Angola.

Nzau Puna participou nas negociações que levaram aos Acordos de Bicesse, em Maio de 1991, tendo-se destacado, igualmente, na diplomacia e como deputado.

Miguel Maria Nzau Puna nasceu a 23 de Fevereiro de 1932, na aldeia de Subantando, município de Cabinda, onde, na Missão Católica, aprendeu a ler, escrever e dar explicações sobre o catecismo. Mais tarde, deslocou-se à província de Malanje, para dar sequência aos estudos no Seminário Menor de São José, onde concluiu os estudos secundários.

Nzau Puna faleceu a 17 de Julho de 2022. Ontem, no acto de homenagem, a esposa, em poucas palavras, agradeceu o gesto do Executivo, por ter escolhido o nome do seu esposo para atribuir àquela infraestrutura de carácter económico.

O secretário de Estado para os Transportes, Jorge Bengui, justificou a escolha pelo nome de Miguel Nzau Puna com a sua entrega e dedicação à causa do país.

A governadora de Cabinda, Maria Quiosa, avançou, na ocasião, que as escolhas das duas figuras foram unânimes no seio da população da província. Esclareceu que, inicialmente, foram seleccionados vários nomes e, através de uma consulta pública, foram vencedores os nomes de Luís Gomes Sambo e Miguel Maria Nzau Puna.

Maria Quiosa concluiu que os nomes homenageados não foram impostos pelo Governo, mas são o resultado da vontade da população de Cabinda.

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