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Lula inicia contactos para retomar cooperação estratégica com África

A presidência brasileira confirmou, segunda-feira, que Lula da Silva vai iniciar contactos políticos e diplomáticos com a participação na cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, a ter lugar de 17 a 18 deste mês e durante a visita ao Egipto, onde será recebido pelo homólogo Adbul Fatah Al- Sisi.

13/02/2024  Última atualização 10H08
Chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, desloca-se este mês a Adis Abeba e ao Cairo no cumprimento de uma vasta agenda © Fotografia por: DR

"A prioridade é aprofundar as relações com África, continente com países ainda pouco explorados, mas com grande potencial e com "vínculos históricos e culturais com o Brasil", resumiu, em conferência de imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o secretário de África e do Médio Oriente, Carlos Duarte, citado pela Lusa.

Em 15 de Fevereiro, Lula da Silva vai abordar a cooperação com o Egipto, num encontro com o homólogo Abdel Fatah al-Sisi, na sua visita que inclui uma passagem pela Liga Árabe, no Cairo, além de assinalar os 100 anos de relações diplomáticas entre os dois países. "O Egipto é um actor importante em todas as questões relativas ao Médio Oriente e teve um papel relevante no repatriamento de brasileiros que estavam em Gaza", disse o diplomata.

A reabertura da rota aérea São Paulo-Cairo e o aumento do fluxo comercial, especialmente em produtos agroalimentares, serão temas em cima da mesa, detalhou Carlos Duarte, recordando que o Egipto foi um dos países convidados a integrar o grupo BRICS, que, além da Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul, congrega outros Estados.

No seu discurso, na cimeira de Chefes de Estado de Governo da União Africana, Lula da Silva vai vincar as convergências que tem com o continente e os desafios do G20.

As prioridades da presidência brasileira à frente do G20 passam pelo combate à fome, à pobreza, a desigualdades e dar bases para o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva, desde que tomou posse como Presidente do Brasil.

Estão previstas várias reuniões bilaterais, entre as quais com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e com o presidente da Autoridade Palestiniana. Nestas duas reuniões, o conflito em Gaza estará em cima da mesa, disse  o diplomata brasileiro, frisando que o país voltará  a  reforçar e  a  necessidade do fim das hostilidades.


Detido coronel acusado de preparar golpe do estado

A Polícia Federal brasileira deteve, domingo, em Brasília, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, investigado por alegadamente preparar um golpe contra o actual Presidente do Brasil, Lula da Silva, avançou, ontem, o canal de televisão O Globo.  O oficial tinha acabado de chegar à capital brasileira, vindo de Washington, nos Estados Unidos, para onde viajou na quinta-feira passada a fim de  participar num curso no Colégio Interamericano de Defesa.

Corrêa Neto é suspeito de ter organizado uma reunião de oficiais das forças especiais do Exército em 28 de Novembro de 2022 para discutir um golpe de Estado, um mês após a segunda volta das eleições presidenciais ganhas por Luiz Inácio Lula da Silva.

O suspeito era então adjunto do Comando Militar do Sul e apontado como confidente do tenente-coronel Mauro Cid, colaborador próximo do antigo Presidente Jair Bolsonaro. A polícia interceptou conversas no seu telemóvel que mostram que Corrêa escolheu para esta reunião militares treinados nas Forças Especiais conhecidos como 'Kids Pretos', o que "demonstra o planeamento meticuloso para usar técnicas militares contra o próprio Estado brasileiro para a consumação do golpe de Estado".

A prisão foi homologada pelo juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmando, no seu despacho, que houve um plano de disseminação de notícias falsas "pelas Forças Armadas e demais membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

O objectivo era criar um "clima favorável ao golpe de Estado". Para isso, chegaram a preparar uma "carta ao comandante do Exército de oficiais superiores no activo do Exército brasileiro", dirigida ao então chefe do Exército, Marco António Freire Gomes.

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