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Macky Sall felicita Faye pela vitória

O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou, ontem, o principal candidato da oposição Bassirou Diomaye Faye, pela vitória à primeira volta nas eleições presidenciais do domingo.

26/03/2024  Última atualização 06H10
Até há poucco um desconhecido, Bassirou Diomaye Faye tem 44 anos e é inspector de impostos © Fotografia por: DR
Macky Sall, impedido de se candidatar por imperativo constitucional, após as vitórias em 2012 e 2019, "congratula-se com o bom desenrolar das eleições” e "felicita Bassirou Diomaye Faye, que as tendências indicam ser o vencedor”, publicou nas redes sociais. "Esta é uma vitória da democracia senegalesa”, acrescentou.

As felicitações de Macky Sall foram divulgadas horas depois do antigo Primeiro-Ministro e candidato do partido no poder, Amadou Ba, ter admitido a sua derrota para Faye. "Tendo em conta a evolução dos resultados das eleições presidenciais e enquanto se aguarda a proclamação oficial, felicito (...) Bassirou Diomaye Diakhar Faye pela sua vitória na primeira volta”, declarou Amadou Ba, em comunicado.

O antigo Primeiro-Ministro, de 62 anos, representou nestas eleições a continuidade desejada pela coligação no poder, Benno Bokk Yaakaar ("Unidos pela Esperança”, na língua wolof), e a Aliança para a República (APR), o partido de Sall.

As declarações de Ba e do Presidente cessante abrem o caminho para a Presidência a Faye, um inspector de impostos de 44 anos (completados ontem), até há pouco tempo desconhecido do grande público e que ainda há cerca de dez dias estava na prisão.

Enquanto se aguarda a publicação dos resultados oficiais provisórios pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), as estimativas de voto apontam para uma vitória esmagadora do líder da oposição, que obteria mais de 50 por cento dos votos necessários para evitar uma segunda volta. Os resultados da CENA devem ainda ser validados pelo Conselho Constitucional, a mais alta autoridade eleitoral do país.

Sete milhões de senegaleses estavam inscritos para votar domingo para escolher o Presidente numa eleição que pode resultar numa mudança profunda nas relações externas do país, regionais e internacionais.

Uma escolha de Sonko

Entre os 16 homens e uma mulher inscritos no boletim de voto, os dois favoritos – Bassirou Diomaye Faye, pela oposição, e Amadou Ba, pela coligação no poder, Benno Bokk Yakaar (BBY) – foram escolhas pessoais de duas individualidades políticas excluídas do escrutínio: o Presidente Macky Sall, e o líder da oposição, Ousmane Sonko.

Bassirou Diomaye Faye foi a figura escolhida pelo Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (Pastef), para representar a oposição, perante a impossibilidade de Sonko se candidatar, perseguido pela justiça senegalesa, que o condenou por um crime sexual e por incitamento à insurreição, associação criminosa no âmbito de um projecto terrorista e atentado à segurança do Estado.

A sua retórica soberanista e pan-africanista, assim como as declarações contra a "máfia do Estado”, as multinacionais e o domínio económico e político, que considera ser exercido pela antiga potência colonial – a França –, granjearam-lhe um forte apoio entre os jovens, que constituem metade da população.

A votação estava inicialmente prevista para 25 de Fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal.

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

O discurso da oposição na campanha para estas eleições presidenciais foi sentido como portador de algumas ameaças pelo estrangeiro, que está a seguir o processo com particular atenção.

A dupla Sonko/Faye prometeu, caso seja poder, renegociar os contratos de exploração mineira e de energia que farão do Senegal um produtor de petróleo e gás natural a partir do final do ano.

A votação estava inicialmente prevista para 25 de Fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do país.

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

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