A arma foi descoberta pelo motorista de um autocarro de transporte público que, a partir da Estalagem, levaria o menor até ao município de Icolo e Bengo.

Quando o menor entrava para o autocarro, o motorista pediu-lhe que abrisse a mochila, uma atitude que tomou por ter notado nervosismo no rapaz, que iria ao município de Icolo e Bengo para visitar os avós.

Depois de detido, o menor disse à Polícia que a arma de guerra lhe foi dada por uma "pessoa desconhecida”, que o abordou na paragem de autocarros onde se encontrava, pedindo-lhe que transportasse uma mochila e, em troca, receberia, depois, algum dinheiro, cujo valor não foi mencionado.

O rapaz, que foi quinta-feira apresentado à comunicação social, no Comando Municipal de Viana da Polícia, disse que aceitou a proposta sem ter percebido, como considerou, da má-fé da pessoa que o abordou por volta das 15 horas do passado dia 10.

O menor relatou que o indivíduo que lhe terá dado a mochila também entrou para o autocarro, mas conseguiu fugir, depois de ter presenciado a descoberta da arma. Segundo o rapaz, a população, quando se apercebeu, ainda tentou, mas sem sucesso, "alcançar e agarrar” o indivíduo.

O menor foi entregue pelo motorista a agentes da Polícia e encaminhado para uma esquadra da Estalagem, onde, até quinta-feira, estava sob custódia.

O porta-voz de Comunicação Institucional do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, superintendente-chefe Nestor Goubel, revelou que, de 8 a 10 deste mês, foram apreendidas, no município de Viana, mais de nove armas de fogo.

O oficial superior da Polícia na província de Luanda declarou que a corporação tem "trabalhado arduamente”, para tirar de circulação armas de fogo, no âmbito do combate aos crimes violentos.

O oficial superior da Polícia reconheceu que a população tem contribuído no combate à criminalidade, mas insistiu na necessidade de consolidação da cultura de denúncia em todos os bairros da província de Luanda.

De acordo com o porta-voz, a Polícia tem trabalhado na busca de informações com vista à apreensão e recuperação de armas de fogo.

Nestor  Goubel declarou que a corporação tem conhecimento do envolvimento directo de indivíduos ligados a empresas de segurança privada.

"A  existência  de  armas  nas  mãos de  pessoas  erradas tem sido sustentada por vigilantes de empresas de segurança privada”, acentuou o porta-voz, lembrando que, fruto do trabalho de inteligência policial, já foram detidos efectivos de empresas de segurança privada.

O superintendente-chefe lembrou ainda que, num encontro que o Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional manteve com mais de 80 empresas de segurança privada e sistema de auto-protecção, foi anunciado um conjunto de medidas que vão ser estabelecidas por via da aprovação de um regulamento que vai determinar a continuidade, ou não, da existência de algumas empresas de segurança privada.

Quando falava à imprensa, Nestor Goubel referiu que o menor que transportava uma arma numa mochila tem 16 anos, uma informação diferente da avançada por ele, que disse ter apenas 15 anos, podendo, assim, se ficar provada a idade que disse ter, ser uma pessoa inimputável. O novo Código Penal decidiu manter a inimputabilidade penal aos menores de 16 anos.