Sociedade

Ministra defende mais inclusão de mulheres na sociedade

Manuela Gomes

Jornalista

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) considerou, sexta-feira, em Luanda, que a falta de saúde sexual e de direitos reprodutivos, o VIH/SIDA e as alterações climáticas constituem barreiras para que as mulheres sejam livres, tenham as mesmas oportunidades e participem na sociedade em igualdade de circunstâncias com os homens.

09/03/2024  Última atualização 08H45
As mulheres no mundo inteiro continuam a ser as principais vítimas de todo o tipo de violência de impacto social © Fotografia por: João Gomes | Edições Novembro

Ana Paula do Sacramento Neto proferiu essas palavras quando presidia o acto central em alusão ao Dia Internacional da Mulher, assinalado ontem.

Na ocasião, a ministra lamentou o facto de, embora tenham sido realizados progressos nas últimas décadas em prol da protecção e desenvolvimento da mulher, a violência e os estereótipos baseados no género continuarem a existir.

"As mulheres continuam a ser vítimas de todo o tipo de violência”, disse a ministra, acrescentando que "o peso e a importância significativa das mulheres na sociedade vem demonstrar que todas as intervenções para reduzir a pobreza, promover o crescimento, construir e consolidar um modelo de governação que respeite os direitos humanos e que promova o desenvolvimento sustentável só é realizável se se tiver em consideração as questões de equidade nas relações do género”.

Segundo a ministra, para a promoção da igualdade deve-se eliminar a disparidade e discriminação baseada no género, bem como assegurar que os programas, políticas e planos de desenvolvimento tomem em consideração as necessidades e interesses das mulheres e dos homens.

Ana Paula do Sacramento Neto defendeu, também, a necessidade de homens e mulheres promoverem o processo de mudança de atitudes e comportamentos, bem como a eliminação de factores que constrangem o acesso das mulheres aos recursos e aos órgãos de tomada de decisão.

Mulheres decisórias

A ministra Ana Paula do Sacramento Neto destacou a ascensão de um número considerável de mulheres a cargos de direcção e chefia e a sua participação a vários níveis.

O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, sublinhou, está a criar o "Observatório de Género de Angola”, que terá como finalidade monitorar o grau de implementação das políticas públicas vigentes no país, inerentes à promoção da equidade e igualdade do género, em alinhamento com os instrumentos nacionais, regionais e internacionais.

O documento dará, também, especial atenção à política nacional para equidade e igualdade do género, à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, à Agenda Africana 2063, à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres, às convenções da OIT, ODS, e à Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mulher, Paz e Segurança.

O "Observatório de Género”, explicou, pretende, também, dar visibilidade às desigualdades de género, facilitar a concepção de políticas, programas e projectos de igualdade de género, mostrar o impacto dos resultados das acções desenvolvidas pelo Estado e medir as mudanças em diferentes dimensões da autonomia das mulheres.

O documento visa, ainda, disponibilizar aos diferentes actores governamentais e à sociedade indicadores e informações sobre a situação dos homens e das mulheres no país.

Um mundo melhor, inclusivo e seguro

Segundo Ana Paula do Sacramento Neto, a esperança de um mundo melhor, mais igualitário, inclusivo, seguro, de paz, desenvolvimento e progresso reside nas mulheres.

Por essa razão, exortou a todas as mulheres a exercerem o seu genuíno papel, abrindo os corações e cultivando no seio das famílias o espírito do amor, perdão, compaixão, solidariedade e respeito pela diferença.

"Enquanto mulheres, guardiãs da estabilidade e da felicidade familiar, devemos manter a vigilância permanente às nossas crianças, em particular às meninas. Desejo a todas as mulheres e jovens raparigas angolanas, africanas e do mundo muita saúde e sucesso nas suas jornadas estudantis e profissionais”, concluiu. 

O Dia Internacional da Mulher, este ano, foi comemorado sob o lema "Investir nas mulheres, acelerar o progresso”, com o objectivo de realçar a importância da igualdade de género, da capacitação das mulheres, jovens raparigas e dos seus direitos à vida saudável.

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