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Moscovo e Kiev podem retomar as negociações

O Ministro turco dos Negócios Estrangeiros anunciou que estão a preparar as condições político-diplomáticas para Moscovo e Kiev retomarem as negociações de paz, interrompidas em Março de 2022, altura em que a guerra evoluiu e agravou a vida de milhões de ucranianos.

03/03/2024  Última atualização 10H17
Ministro Fidan disse que abordou o plano de paz com o homólogo russo, Sergei Lavrov © Fotografia por: DR

Hakan Fidan abordou o assunto com o homólogo russo, Sergei Lavrov à margem do Fórum de Antalya, uma grande estância balnear na costa Sul da Turquia, que reúne todos os anos Chefes de Estado e de Governo, ministros, diplomatas, empresários e investigadores.   

"Devemos procurar seriamente formas de unir as partes", disse Fidan, assegurando que as autoridades turcas "estão prontas para fazer todo o possível para facilitar as negociações de paz entre a Rússia e Ucrânia".

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, terminou ontem uma visita de dois dias à Turquia, onde participou no fórum diplomático de Antalya (Sul da Turquia). Sergei Lavrov sublinhou, ainda, que as razões que levaram a Rússia a invadir a Ucrânia "permanecem inalteradas".

No entanto, a Turquia esteve activamente envolvida na criação de um corredor seguro no Mar Negro, associando a Ucrânia e a Rússia sob a égide da ONU. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse, a propósito, que pretende "restabelecer a mesa de negociações" entre Moscovo e Kiev, afirmando estar a trabalhar, também, para a criação de um novo mecanismo capaz de garantir uma "navegação segura" no Mar Negro, com o qual a Turquia faz fronteira.

 

Plano russo de uso de armas nucleares

Documentos militares secretos da Rússia, divulgados pelo Financial Times (FT), revelam em que circunstâncias é que a Rússia admite usar armas nucleares tácticas como retaliação a um ataque. Os 29 documentos revelados, quarta-feira, pelo FT, referentes a 2008 e 2014, foram divulgados pelo jornal após a proposta das França ao  envio de militares ao teatro de operações na Ucrânia para combater as tropas russas, sobre o qual a Alemanha negou categoricamente, alegando estar fora ajuda à Kiev.

No entanto, os documentos indicam que Moscovo admite usar estas armas mais rapidamente do que "alguma vez admitiu publicamente”, de acordo com analistas e especialistas que tiveram acesso ao conteúdo da documentação.

Os critérios delineados pelo Kremlin para recorrer a estas armas vão de "uma incursão inimiga em território russo a gatilhos mais específicos, como a destruição de 20% dos submarinos de mísseis balísticos estratégicos”, indica o FT.

Outro critério para o potencial uso de armas nucleares tácticas é a destruição de três ou mais grandes navios de guerra russos, de três aeródromos, de 30% dos seus submarinos nucleares de ataque ou face a "um ataque simultâneo a centros de comando costeiros de primeira linha e de reserva”.

No que toca à Ucrânia, que a Rússia invadiu no final de Fevereiro de 2022, os critérios mínimos para o uso de armas nucleares tácticas devem ser superiores, indica William Alberque, director de estratégias, tecnologia e controlo de armamento no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, citado pelo mesmo jornal – isto porque, adianta o especialista, Moscovo receia uma "escalada do conflito que leve à intervenção directa dos EUA ou do Reino Unido”.

 

Envio de tropas para Kiev foi pensado

O Presidente de França garantiu, esta quinta-feira, que as declarações feitas na segunda-feira sobre um possível envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não foram fortuitas, assegurando que "cada palavra” sobre o tema é "pensada e medida”.

Emmanuel Macron referiu-se à polémica desencadeada há três dias, quando, no final de uma cimeira em Paris sobre a Ucrânia, afirmou que não se podia descartar que os países da OTAN enviassem tropas para a Ucrânia, uma hipótese da qual praticamente todos os Governos aliados se distanciaram rapidamente, com excepção dos países bálticos.

O líder francês, que esteve  na inauguração da vila olímpica, admitiu que aquele não era o local ideal para fazer "avaliações geopolíticas”, mas deu a entender que mantém as declarações sobre a Ucrânia, avançou o canal de televisão France Info.

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