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Mudanças climáticas aumentam as crises

O comissário europeu para Gestão de Crises, Janez Lenarcic, admite que as alterações climáticas vão “ser cada vez mais uma causa de crise, com realce para a situação humanitária”, nomeadamente em territórios afectados por conflitos, como em Moçambique, Sudão, RDC e região do Sahel.

19/03/2024  Última atualização 13H03
Europa prepara recolha de bens para pessoas necessitadas © Fotografia por: DR

"As maiores crises em África são bem conhecidas: o Sudão, o Sahel, a República Democrática do Congo (RDC), no Leste do país, Moçambique no Norte, especialmente na região de Cabo Delgado, a Somália ou o Corno de África”, disse, acrescentando que a maioria destas crises deve-se a conflitos, mas, em alguns casos, são alimentados pelas alterações climáticas”, afirmou Janez Lenarcic, em entrevista à agência Lusa e a outros meios europeus, em Bruxelas (Bélgica).

Antecipando o Fórum Humanitário Europeu para arrecadar doações para ajuda humanitária, o responsável precisou que "as alterações climáticas são um factor agravante e multiplicador da crise, que se junta à fragilidade dos países e das comunidades e agrava a situação humanitária”.

"Este é o caso de Cabo Delgado, em Moçambique. Nos últimos anos, Moçambique tem sido afectado por repetidos ciclones tropicais, algo que não acontecia com tanta frequência no passado e que aponta claramente para uma possível ligação com as alterações climáticas, por isso acreditamos que as alterações climáticas vão aumentar e ser cada vez mais uma causa de crise humanitária”, declarou Janez Lenarcic, em resposta a uma questão da Lusa. "Precisamos de paz em Cabo Delgado”, acrescentou o responsável, apontando que, apesar de a União Europeia (UE) avançar com a ajuda humanitária para alimentos, água e cuidados de saúde, só a estabilidade permitirá atenuar os efeitos climáticos.

Quando se estima que quase 300 milhões de pessoas em todo o mundo necessitem de assistência humanitária, a UE adoptou um orçamento humanitário anual de mais de 1,8 mil milhões de euros para 2024, com mais de metade destas verbas a serem destinadas a África. "África continua a ser o continente com a maior parte das crises humanitárias com que lidamos”, reconheceu Janez Lenarcic.

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