Cultura

Mulheres de múltiplos ofícios animam pistas de dança

Analtino Santos

Jornalista

As jovens partilharam as experiências artísticas no âmbito do Dia Internacional do DJ, assinalado no sábado. O percurso das duas e de grande parte das profissionais começa nos convívios familiares.

11/03/2024  Última atualização 09H15
© Fotografia por: DR

Indi Mateta começou como fotógrafa, mas nos últimos anos tem animado as pistas de dança em Lisboa. Longe da terra, tem dinamizado um grupo de jovens para a troca de experiências entre as mulheres DJ.  

Artista multidisciplinar antes estava mais ligada à fotografia. Está no mercado como selecta desde 2017, na altura tocava apenas com o laptop e o software de DJ. Tem como marco o ano de 2022 quando passou a tocar, fazendo recurso a equipamento profissional, como Cd e controladoras. Ainda sem trabalhos produzidos, garantiu ao Jornal de Angola que a intenção é colocar no mercado algumas músicas produzidas por si, a partir de 2025. Por enquanto, a ideia é conhecer melhor a realidade do mercado artístico de Lisboa, onde reside há 2 anos.

Indi Mateta mostra-se feliz porque gradualmente tem estado a conquistar o mercado português. Actualmente, tem uma agenda de trabalho preenchida até Junho do ano em curso. A DJ revela que tem muito gosto em partilhar a sua arte com o máximo possível de pessoas, por isso convida os leitores a pesquisarem o que tem produzido nas suas páginas nas redes sociais online com a designação: "Indi Mateta ou Indira Mateta” para ter acesso aos conteúdos nas plataformas de Streaming e Landingpage.

Sendo mulher e DJ, considera-se que está em dupla celebração e aproveita para felicitar todas as mulheres angolanas, em particular, e do mundo, pelos dias 8 e 9 Internacionais da Mulher e do DJ, respectivamente.

Indi Mateta explicou que foi no meio familiar onde sempre se ouviu muita música diversificada. Desde muito cedo, ainda na adolescência, recorda tinha o gosto por coleccionar cassetes e CD que eram oferecidos por familiares, amigos e mais tarde adquiridos com meios próprios. Com este conhecimento e gosto por partilhar a música entre amigos nos ambientes mais restritos.

Em 2017, fui convidada pela DJ AnaQomsoul e Osvaldo Godinho, a partilhar publicamente a minha playlist no Taberna, bar na Baixa de Luanda, no evento "Pen Drive Roullete”. Esta foi a primeira experiência em público e o resto é história.

Indi Mateta revela que houve alguma resistência, pois erradamente achava que tinha caído de pára-quedas nesta aventura, quando na verdade o caminho vem sendo trilhado desde a infância. "Sinceramente, só recentemente é que tomei consciência disso e decidi apostar mais numa carreira como profissional.

Ao longo dos tempos, foi apreciando o trabalho desenvolvido por colegas mais antigos e com alguma tradição em determinados estilos como DJ selectas de reggae, hiphop e de música electrónica. A artista confessou ser admiradora dos colegas selectas Ras Sassa, Billy Pitó, Grandmaster Flash, Jazzy, Jeff; e dos DJ Cleo, Znobia, Marky, Black Coffee, Anané Veja e Danykas.

Enquanto profissional, disse que toca de tudo um pouco, desde as músicas tradicionais aos novos estilos com destaque para o hiphop, soul, R&B, reggae, afrobeat, zouk, kizomba, semba, dancehall, bem como as músicas electrónicas africanas e seus múltiplos subgéneros com destaque para o kuduro, afrohouse, afrotech, soulfulhouse, amapiano, gqom, wwaito e 3-step.

 "A minha primeira aparição pública na Taberna contou com a presença de familiares e amigos que com muito entusiasmo convidei. Outro momento marcante foi a minha ida ao Brasil em 2023, para tocar num evento de divulgação da Kizomba e seus géneros no "Kizomba Design Museum.”

DJ Mirian, a novata que faz magia com as suas misturas

DJ Mirian é a mais nova de todas. A aventura começou como assistente de produção da Associação dos Amigos do Reggae de Angola. Está no mercado há seis meses. Como marco tem a participação em Fevereiro do corrente ano, num evento em homenagem a Bob Marley.  É presença habitual no espaço Doce Recanto, onde este mês, tocará todas às quintas-feiras no especial "Reggae Março Mulher”.

Como DJ encara o Dia Internacional do DJ com alegria, por estar o mês das mulheres. "Sempre gostei de música, desde os meus 5 anos aproximadamente, talvez seja porque o meu pai já naquela altura me oferecia cassetes de músicas infantis”.

A vontade de se tornar uma boa profissional aconteceu pela primeira vez aos 17 anos. Na época, queria ser DJ de house music. "Tentei fazer o curso de DJ, mas por causa de dificuldades financeiras desisti”. Dar uma resposta vitoriosa a si mesma e a todos aqueles que questionavam acerca do seu potencial artístico e criativo foi sempre uma meta. Hoje, o cenário é muito bem mais diferente porque o seu trabalho tem despertado os olhares dos críticos na matéria.  Como mentor tem como referência Ras Sassa, e na música internacional gosta muito das obras de Bob Marley. "No estilo de música reggae exploro o roots e o modern.”

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