Sociedade

Mulheres defendem interajuda para ultrapassarem dificuldades

Francisco Pedro

Jornalista

Dialogar permanentemente e sem preconceitos sobre vários temas que preocupam as mulheres, quer no namoro quer na vida conjugal, foi uma das conclusões a que chegaram os participantes do ciclo de conferências Encontro de Mulheres, realizado no fim de semana, na cidade do Lubango, província da Huíla.

13/03/2024  Última atualização 10H10
Laureta Inácio (primeira à direita) foi uma das palestrantes e abordou o tema “Sexo no namoro e no casamento” © Fotografia por: Francisco Pedro | Edições Novembro
O ciclo de conferência decorreu no Pátio da Cultura e foi organizado pelo Projecto Mulheres Apoiam Mulheres, em parceria com o Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, no âmbito do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.

 De acordo com Laureta Inácio, da organização, são várias situações que diariamente afligem as mulheres e, para que sejam ultrapassadas, concluíram que deve reinar o espírito de interajuda, permanentemente.

  "Só com debates, entre nós mulheres, em que cada uma possa partilhar a sua experiência, estaremos em condições de melhorar a nossa vida pessoal, familiar e social”, disse a organizadora do evento.

 Estudante de Enfermagem e promotora de eventos, Laureta Inácio referiu que os participantes do ciclo de conferências sentiram a necessidade permanente de dialogarem, sem preconceitos, de maneira regular, para abordarem inúmeras temáticas em que a mulher angolana está directamente ou indirectamente afectada, seja na cidade, como do campo.

 No final do mês, explicou, vai ser realizada uma mesa-redonda para análise de outros temas "para ampliarmos o debate à volta das questões de empoderamento feminino” e dos temas que não foram discutidos no decorrer do ciclo, como "Experiências de mães solteiras”, "Procriação (filhos): felicidade, prioridade, ou garantia da vida conjugal”, "Independência financeira versus independência emocional”, "Sensualidade versus vulgaridade” e "Poligamia: visão cultural africana”.  Durante o encontro, foram apresentados os seguintes temas: "Como encarar a decepção amorosa”, "Deveres e direitos da mulher no lar”, "Homossexualidade (lésbicas): tendências de moda ou não” e "Sexo no namoro e na vida conjugal”.

 Entre os palestrantes, destacaram-se Melit Coimbra (empreendedora), Tílsia Amaral (empreendedora), Eclemanuélsia Sorriso (professora), Jandira Ferro (jornalista), Eliane de Jesus (professora) e Ismael Macosso (jornalista), tendo interagido com os participantes para reflexão e debate sobre a vida da mulher angolana.

 Laureta Inácio frisou que, entre os objectivos, o encontrou serviu para partilhar conhecimentos e experiências sobre a vida da mulher em três dimensões, designadamente cultural, religiosa e científica, "para que possamos reconhecer, revalorizar e resguardar o perfil decisivo da mulher para o desenvolvimento das comunidades, quer rurais quer urbanas”.

 O ciclo de conferências, acrescentou, serviu, também, para estimular a autoestima, capacidade de compreensão dos fenómenos sociais, melhoria da qualidade de vida, bem como oferecer mais e melhores ferramentas à mulher para se aperfeiçoar profissionalmente e responder positivamente às necessidades pessoais, familiares e da sociedade, em geral.

 Embora seja criado na província da Huíla, a coordenadora referiu que o projecto existe desde o ano passado e tem abrangência nacional, congregando mulheres empresárias, jornalistas, artistas, zungueiras, estudantes e representantes de organizações juvenis e religiosas, que, anualmente, realizam actividades semestrais sobre o empoderamento feminino, questões ambientais, culturais, saúde pública, entre outras.

 "Sendo um projecto nacional, pretendemos organizar eventos similares noutras províncias, bem como convidar palestrantes (homens e mulheres) não residentes na Huíla para debate de vários assuntos sociais, financeiros, económicos, ambientais, religiosos e culturais que afectam directamente a mulher angolana em qualquer região do país”, realçou a coordenadora Laureta Inácio, que se mostra preocupada com a vida económica e sentimental da mulher, particularmente, a dependência financeira das jovens solteiras e da mulher casada.

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