Mundo

Mulheres guineenses alertam sobre a tensão política no país

Dezenas de mulheres mobilizaram-se, ontem, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, para despertar e chamar atenção aos actores políticos nacionais e ao mundo sobre as consequências que a actual crise política pode trazer para a Guiné-Bissau, anunciaram, ontem, representantes de organizações dos Direitos Humanos.

09/03/2024  Última atualização 13H15
© Fotografia por: DR

Numa marcha em silêncio, por várias ruas de Biassu, as mulheres denunciaram restrições às liberdades e atentado à democracia, numa acção que juntou diferentes sensibilidades e organizações femininas do país.

Sob o lema "humanas com direitos, juntas somos fortes”, as mulheres denunciaram em cartazes, igualmente, situações ligadas à mutilação feminina, os maus-tratos nos agregados familiares.

Discursos inflamatórios, restrições às liberdades, atentado aos princípios da democracia, ameaças veladas contra jornalistas e fazedores de opiniões, são, entre muitas outras razões, os factores que levaram milhares às ruas. 

As várias mensagens de preocupação que exprimiram ontem, junto dos edifícios de órgãos da soberania, de bocas tapadas com lenços brancos, vestidas com a cor que simboliza a paz, segundo organizadores que falaram sob o anonimato, serviram não apenas para instar as autoridades no sentido da mudança de abordagem, respeito pelas leis e respeito pelos direitos e garantias fundamentais dos  cidadãos, mas também para despertar a opinião pública nacional e internacional.

Recorde-se que a tensão política na Guiné Bissau aumentou depois da decisão do Presidente Umaru Sissocó Embaló de dissolver o Parlamento, designar um novo Primeiro-Ministro e apontar como caminho a realização de novas eleições legislativas.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, tinha justificado a dissolução do Parlamento, em Dezembro com a alegada grave crise institucional no país, na sequência dos confrontos entre forças de segurança, tendo considerado, na altura, como tentativa de golpe de Estado.

Muitas sensibilidades políticas e vozes da sociedade civil insurgem-se, hoje, contra o que consideram de deriva autoritária do poder do Presidente Umaru Sissocó Embaló. Os principais partidos revoltam-se contra o regime do Presidente Sissoco Embaló. MADEM-G15, PRS e APU-PDGB pretendem formar uma "frente única" contra a ditadura e para salvar a democracia guineense.

Resultante das eleições de 4 de Junho de 2023, o Parlamento guineense tomou posse a 27 de Julho do mesmo ano, dando início a décima primeira legislatura que assim, ficou interrompida.

A luz da Constituição da República, as novas eleições devem ocorrer no prazo de 90 dias, mas o Umaro Sissoco Embalo, sublinhou no decreto que "será́ fixada em tempo oportuno, a data para a realização das próximas eleições legislativas, nos termos do disposto no artigo 68.o, alínea f) da Constituição da República”.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo