Cultura

“Muzonguê do Ngoló” regressa aos palcos com compasso do semba

Armindo Canda

Jornalista

A segunda temporada do “Muzonguê do Ngoló” regressa, amanhã, a partir das 15h00, com ritmos do semba, no espaço Kinenu Club, no bairro Golfe, em Luanda, tendo como figuras de cartaz, os músicos Fiel Didi, Tony do Fumo, Lolito da Paixão e Solange Candinha.

03/02/2024  Última atualização 12H45
Fiel Didi vai partilhar o palco com Lolito da Paixão e Tony do Fumo Filho © Fotografia por: EDIÇÕES NOVEMBRO

O promotor cultural, Manuel Dias "Nelo Dias”, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que as expectativas para o arranque da segunda temporada são boas pelo interesse demonstrado pelos convivas.

"Vamos continuar a fazer a nossa parte e esperamos a presença de todos os muzonguistas, amantes da música popular urbana angolana”, avançou Nelo Dias.

As actividades do "Muzonguê do Ngoló”, referiu, são regularmente realizadas no primeiro domingo de cada mês e, este ano, para a abertura do projecto vai ter um elenco artístico, cujo repertório transmite mensagens sobre o resgate e a manutenção do semba.

Nelo Dias disse que o espaço Kinenu tem a capacidade para albergar 150 convivas, geralmente, se tem o cuidado de anunciar para os muzonguistas que os lugares são limitados, para que não haja quaisquer dúvidas.

"Com os artistas de cartaz presentes na 15ª edição, antever-se casa cheia, portanto aconselhamos os muzonguistas a anteciparem a compra dos ingressos, evitando correr o risco de não fazerem parte desta manifestação cultural urbana. Procuramos sempre não exceder o número limite”, realçou.

Quanto à selecção dos músicos para esta edição, garantiu, foi feita de forma criteriosa, uma vez que o espaço dispõe de "um observatório multifuncional que vela sempre pela defesa do semba”.

"Vamos continuar a primar pelos músicos do estilo semba, promovendo, divulgando e expandindo o nosso património cultural”, afirmou o coordenador da iniciativa, que aposta na valorização e promoção do estilo de música urbana popular  angolana no meio da sua comunidade.

Para manter este compromisso, o projecto criou a Banda Kinenu que acompanha os artistas e brinda os presentes com um reportório diversificado.

Músicos de cartaz

Fiel Didi está no mundo da música há mais de 50 anos, mas foi quando lançou o primeiro disco, "Coisas de paixão”, uma miscelânea de semba e rumba, que se tornou conhecido como intérprete do estilo semba. Não está na música por acaso, pois faz parte de uma família com tradições musicais.

Tem três álbuns no mercado: "Coisas de paixão”, "Em defesa do Semba” e "Nossa Senhora da Muxima”. São notáveis as suas interpretações de "Filho Doente”, de Zé Keno, "Kamba dya Ngalasa”, de Minguito, "Katonhotonho”, de Elias dya Kimuezo, "Tia”, de Artur Nunes, "Kikola”, de Tony do Fumo, "Rumba Jovem”, de Chico Montenegro.

Tony do Fumo Filho é um artista que tem a responsabilidade de preservar o legado do seu pai, dono de uma voz que fez sucessos nos dois conjuntos mais antigos que são Os Kiezos e Jovens do Prenda, no qual foi fundador.

Joaquim Paulo, ou simplesmente "Lolito”, cantor e compositor, começou a apresentar-se com nove anos no concurso da Gajajeira, imitando músicas do seu pai, Lulas da Paixão.

Solange Candinha é uma jovem que começou a cantar em 2015, que procura o seu lugar e segue o caminho traçado pelo pai, Candinho, percussionista e compositor. A jovem tem participado em vários concursos de descoberta de novos valores e apresenta-se em espaços culturais.

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