Política

“Nature Conservancy” procura financiar biodiversidade no país

Nilza Massango

A organização ambiental global “The Nature Conservancy (TNC)”, vocacionada à conservação de terras, águas doces e oceanos, estuda a possibilidade de disponibilizar um financiamento para Angola, em Fevereiro do próximo ano, na área da Biodiversidade e apoio às comunidades rurais, cujo valor não foi ainda especificado.

10/05/2024  Última atualização 10H25
Esperança da Costa recebeu, em audiência, Melissa Garvey © Fotografia por: CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

A intenção foi manifestada ontem, em Luanda, pela directora global de Finanças Sustentáveis, Protecção de Terras, Águas Doces e Oceanos da TNC, Melissa Garvey, à saída de um encontro com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.

Em declarações à imprensa, no fim da audiência, Melissa Garvey, que se fez acompanhar da ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, explicou que Angola, como outros países, possui oportunidades e, também, desafios de financiamento das actividades de conservação ambiental, assim como da população que depende delas.

"Hoje, tivemos a oportunidade de discutir com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, sobre questões de biodiversidade, e um dos nossos objectivos com a audiência foi falar de como financiar essas potenciais acções e apoio às comunidades. Existem diferentes abordagens que podem ser utilizadas, diferentes mecanismos financeiros e discutimos, de modo abrangente, todas essas possibilidades", frisou.

Melissa Garvey disse que, até ao momento, a organização trabalha com doações de diferentes tipos de instituições, principalmente ligadas ao Governo americano, concretamente com a USAID, para a conservação da natureza e, também, o desenvolvimento comunitário.

Por sua vez, a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, confirmou o trabalho que está a ser desenvolvido com a "The Nature Conservancy” e, também, com a participação dos ministérios do Planeamento e das Finanças, no sentido de se concretizar este financiamento para o país, que pode acontecer em Fevereiro do próximo ano.

"Temos já alcançado, praticamente, 13 por cento de área de conservação terrestre, e preparadas novas áreas com alguns estudos e que deverão ser alvo de algum trabalho para que efectivamente se tornem novas áreas de conservação", apontou a governante, que citou como exemplos a Serra do Pingano, na província do Uíge, o Morro do Cumbira, no Cuanza-Sul, e o Morro do Moco, no Huambo, além do trabalho que está a ser feito na primeira área de conservação marinha, no município do Tômbwa, província do Namibe.

Sem avançar o valor do financiamento, que se espera efectivar no próximo ano, a ministra Ana Paula de Carvalho acrescentou não ser tão alto quanto o desejável, mas o suficiente para se dar passos.

"Ainda não temos esse financiamento, mas estamos a trabalhar no sentido de alcançarmos este objectivo, com projectos concretos, valor e financiamento para cada um. Estamos ainda numa fase embrionária. Trata-se de um ponto de partida que até Fevereiro do próximo ano poderemos ter então concluídos e apontar concretamente os projectos", explicou.

Sobre o impacto positivo dos projectos, enquadrados na Estratégia Nacional para a Biodiversidade, a governante falou do principal, que será o da Biodiversidade e da qualidade das águas, dado os financiamentos estarem voltados para este tipo de questões.

"Temos uma Estratégia Nacional para a Biodiversidade que vigora até 2025 e estamos a revê-la. Temos já um nível de implementação, mas precisamos de dar continuidade, pelo menos até 2050", afirmou.

Em relação às águas doces, referiu o trabalho de levantamento sobre a situação dos recursos hídricos que está a ser feito no Moxico e no Cuando Cubango, regiões com muitos rios.

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