O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
A realização de actividades de cooperação para o fortalecimento das capacidades marítimas com Angola, para fazer face às ameaças em torno das águas do Golfo da Guiné, representa, durante sete dias, na capital do país, o principal objectivo da tripulação da embarcação de guerra espanhola Navio de Acção Marítima (BAM) “Furor” (P46), que está ancorado no Porto de Luanda, desde o dia 14 deste mês.
Até amanhã, quinta-feira, o "Furor” vai prosseguir a sua actuação contra actividades ilegais marítimas, nomeadamente, pesca ilegal, pirataria, roubos à mão armada e, por outro lado, deverá inibir a presença não autorizada de barcos de pesca nas águas angolanas.
O comandante do BAM, Jaime Márquez de la Calleja, que lidera mais de 70 militares espanhóis, dos quais 13 oficiais e 15 suboficiais, incluindo mulheres, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que se trata de uma actuação conjunta que vai permitir coordenar esforços através, de satélites e sistemas informáticos para assegurar um ambiente marítimo seguro.
"Desejamos que os barcos comerciais estejam seguros e, que, também os pescadores, assim como os barcos pesqueiros possam pescar sem qualquer dificuldade. Queremos que todas as pessoas que trabalham no mar exerçam a actividade de forma mais segura”, salientou.
Por outro lado, Jaime Márquez de la Calleja, explicou as qualidades do navio de guerra "Furor”, referindo ser uma das plataformas mais modernas da marinha espanhola, possuindo uma "enorme” capacidade de fazer grandes actividades no mar.
Ainda assim, acrescentou, contém um alto grau de tecnologia a bordo que permite que tantas capacidades sejam realizadas por um número reduzido de pessoas.
Para o também capitão do navio, estas novas tecnologias, como são sistemas não tripulados, abarcam drones que permitem fazer uma vigilância em torno do mar, além dos sensores do barco.
Em função disso, Jaime Márquez de la Calleja fez saber que num raio de 40 km "é possível ver o que está a acontecer com os sistemas não tripulados”, como, segundo ele, os que o navio de guerra possui a bordo.
O comandante do BAM "Furor” avançou, por último, que, para além de Angola, deverão fazer percurso marítimo, de aproximadamente quatro meses, em alguns países africanos.
"Retornaremos à Cartagena, Espanha, onde é a nossa base, no dia 30 de Junho. Por isso, temos ainda uma longa viagem no mar de vários países, sobretudo africanos que fazem parte do Golfo da Guiné”, frisou.
O Navio de Acção Marítima (BAM) "Furor” é o sexto de patrulha oceânico da classe "Meteoro” e o segundo dos dois navios que compõem a extensão à 1ª série de BAM que a empresa Navantia construiu para a Marinha Espanhola.
Foi construído no seu estaleiro de Ferrol (La Coruña), ao contrário dos cinco primeiros da classe que foram inteiramente fabricados nos seus estaleiros de Porto Real e La Carraca (Cádiz). Tem a sua base de estacionamento no Arsenal de Cartagena.
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