Política

Nova direcção lança apelo à unidade dos protagonistas

Edna Dala

Jornalista

O novo presidente de direcção do Fórum dos Antigos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), José Celestino, pediu, quarta-feira, em Luanda, aos protagonistas deste evento histórico mais união para fortalecer a unidade em prol do desenvolvimento do país.

21/03/2024  Última atualização 08H05
Batalha do Cuito Cuanavale © Fotografia por: Arquivo
Ao proferir o discurso de encerramento da 3ª assembleia do FOCOBACC e, consequentemente, a cerimónia de posse dos novos membros dos órgãos sociais da organização, o brigadeiro na reforma considerou a união um factor importante no cumprimento de projectos e programas gizados com o objectivo de auxiliar os órgãos superiores da consolidação do Estado.

Durante a cerimónia, que teve lugar no Quartel General do Exército, ex R-20, em Luanda, o brigadeiro na reforma José Celestino sublinhou que a principal arma para a vitória é a união. "Se não houver união, todos os projectos concebidos correm o risco de falhar, por isso o empenho de todos os membros é indispensável”, defendeu.

Por seu turno, o presidente cessante Armindo Moreira defendeu a tomada de medidas legislativas para atribuir o título de herói a todos os participantes desta gesta de dimensão internacional, conhecida como a Batalha do Cuito Cuanavale.

Armindo Moreira justificou a implementação dos mecanismos legais como um reconhecimento aos feitos dos angolanos que não se deixaram intimidar pelo eco inimigo e enfrentaram as suas forças nesta batalha sangrenta. "É preciso que fique escrito nos anais da História de Angola e do mundo a bravura desta geração de combatentes”, realçou.

Acrescentou que, decorridos 36 anos da vitoriosa batalha contra as forças invasoras, os protagonistas mantêm o orgulho de terem cumprido, com determinação, a nobre missão que a Pátria lhes confiou.

"A julgar pela idade e tempo de vida em Angola, essa geração vai acabando aos poucos. Enquanto podemos, apelamos para passar à prática os programas gizados, para impedir que os bravos combatentes fiquem a mercê da sua sorte”, disse.

Armindo Moreira apelou ao Estado angolano a apoiar, incondicionalmente, o Fórum dos Antigos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale e materializar as condições no sentido de tornar o Fórum uma instituição de utilidade pública e com autonomia patrimonial e financeira.

O responsável defendeu ainda a adopção de um conjunto de acções assistenciais destinadas a projectos de impacto directo na vida dos combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale e dos seus representantes, devidamente identificados e cadastrados, entre os quais órfãos e viúvas, reformados e oficiais devidamente reconhecidos pelos órgãos de pessoal e quadros, que permita a sua inserção na Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas.

Diplomatas da SADC reflectem sobre a batalha histórica

Os embaixadores e encarregados de negócios do grupo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reflectiram, ontem, na Nigéria, a importância da Batalha do Cuito Cuanavale para a independência e democratização da África Austral.

No encontro de reflexão, que se enquadra nas celebrações do 23 de Março, Dia da Libertação da África Austral, presidido pelo embaixador de Angola e presidente do Grupo SADC na Nigéria, José Bamóquina Zau, descreveu a batalha do Cuito Cuanavale como um marco histórico para a Região Austral e que permitiu a independência da Namíbia e, por conseguinte, a queda do regime do Apartheid, na África do Sul.

Bamóquina Zau afirmou ainda que a etimologia do dia 23 de Março nasceu com a sangrenta batalha em Angola, uma das maiores da guerra convencional depois da II Guerra Mundial.

"Hoje, ao celebrarmos a data, é justo prestarmos tributo aos homens e mulheres que morreram para que a África Austral pudesse usufruir da paz, estabilidade social e prosperidade económica”, sustentou o diplomata.

O embaixador angolano pediu, após considerar a África Austral como uma das subregiões mais estáveis do continente, aos seus pares para capitalizarem as suas atenções no lema do Presidente da República, João Lourenço, sobre o "Capital humano e financeiro: os principais factores para a industrialização sustentável da região da SADC”.

"Este lema, assente na visão 2050 da SADC e no Plano Estratégico Indicativo do Desenvolvimento Regional, deve capitalizar a nossa atenção aqui na África Ocidental, na busca de parceiros credíveis e competitivos para investir nos países da África Austral e impulsionar o desenvolvimento”, apelou.

Bamóquina Zau apontou o Corredor do Lobito como uma rota fundamental de desenvolvimento de infra-estruturas para impulsionar a livre mobilidade, o comércio transfronteiriço, a conectividade logística interna e as exportações.

"É um desafio que devemos abraçar e explorar as oportunidades de cooperação, tendo sempre como base a paz, a segurança e a boa governação", concluíram os embaixadores da SADC na Nigéria, para quem o Corredor do Lobito apresenta-se como um importante veículo económico entre Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia, podendo interligar-se aos Caminhos de Ferro de Tazara, até ao Porto de Dar es Salaam, no Oceano Índico.

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