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Novas plantas medicinais foram descobertas no Uíge

Valter Gomes| Uíge

Duas novas espécies de plantas com propriedades medicinais, para a cura de várias patologias, foram descobertas, em Fevereiro, na Serra do Pingano, província do Uíge, por uma equipa de biólogos/pesquisadores das universidades de Dresden e Hamburgo, no âmbito da parceria existente, desde 2012, com a Universidade Kimpa Vita.

02/03/2024  Última atualização 11H44
Bióloga alemã afirma que a vegetação angolana ainda não é bem explorada, pois é bastante rica para a medicina natural © Fotografia por: Dr
Segundo a directora científica da cooperação entre as duas universidades alemãs e a Kimpa Vita, Thea Lautnschlager, as novas espécies de plantas passam a ser conhecidas cientificamente por "Aloe Uigensis” e "Impatiens Pingano”.

Thea Lautnschlager explicou que as plantas, que não foram descobertas noutras partes do mundo e podem ser multiplicadas em grande escala, carecem ainda de um estudo mais aprofundado, "embora, numa primeira avaliação, notar-se que elas podem servir de matéria-prima para a produção de medicamentos com várias funções curativas”. 

"Elas podem, também, servir de fontes de suplementos alimentares e possuem características exóticas para atracção turística”, indicou.

A bióloga Thea Lautnschlager avançou que, durante as pesquisas realizadas, em Fevereiro, nos municípios de Quimbele, Ambuíla, Mucaba e Uíge, foram também identificadas outras espécies de plantas medicinais com largas potencialidades para a vida humana, destacando-se entre elas a "nkuankua” e "zimpeve”, além de outras que a população das zonas rurais utilizam no preparo de alimentos e tratamento de várias doenças.

De acordo com o vice-presidente da Universidade Kimpa Vita para a Área Científica e Pós-graduação, Domingos dos Santos, as plantas descobertas podem trazer, para a província do Uíge em particular, e para o país em geral, muitas vantagens, não apenas no domínio da saúde, mas também no domínio do conhecimento científico.

O académico acrescentou que as plantas vão reforçar o Jardim Botânico que está a ser criado no Campus Universitário da Kimpa Vita, de modo a atrair para o Uíge mais cientistas vindos de várias latitudes, para a realização de estudos que possam contribuir para o desenvolvimento das potencialidades naturais da região. "O projecto do Jardim Botânico tem como objectivo a conservação e reprodução das espécies de plantas medicinais”, disse.

Domingos dos Santos adiantou que, em sede da cooperação com as congéneres de Dresden e Hamburgo, a Universidade Kimpa Vita vai, em breve, desenvolver, para a constituição do Jardim Botânico, um estudo de entomologia (insectos diversos), bem como realizar acções para a fácil multiplicação da batata inhame, tubérculo que possui um potencial curativo para as diabetes.

O vice-presidente da Universidade Kimpa Vita para a Área Científica e Pós-graduação, Domingos dos Santos, condenou a atitude de muitos cidadãos que devastam as florestas ou destroem plantas em fase de crescimento.

"São factos que propiciam o surgimento de erosões da terra, diminuição do potencial hídrico, destruição da biodiversidade, colocando o meio ambiente em risco”, sublinhou.

Desde a celebração, em 2012, do acordo de cooperação entre as Universidades de Dresden e Hamburgo, na Alemanha, e a Kimpa Vita, em Angola, as equipas de pesquisadores científicos já produziram três livros que retratam a biodiversidade do Uíge, sendo o primeiro intitulado "As riquezas naturais do Uíge”, o segundo "A Serra do Pingano”, e o terceiro "Apicultura”. 

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