Economia

Novo modelo de funcionamento confere maior dinamismo

Hélder Jeremias

Jornalista

A presidente do Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Capitais expressou confiança na abertura concedida às sociedades distribuidoras e correctoras de valores mobiliários dentro do sistema financeiro nacional. Vanessa Simões está convencida que este cenário “deve fortalecer o sistema financeiro de Angola e ter impactos positivos no seu crescimento económico”.

01/05/2024  Última atualização 10H51
Vanessa Simões defende maior especialização no mercado © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro

Vanessa Simões prestou estas declarações,  ontem ao Jornal de Angola, à margem da cerimónia de premiação da III edição do Concurso CMC & U (Comissão do Mercado de Capitais e Universidades), realizada no auditório da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em que o trio de estudantes do Instituto Superior Politécnico de Ciências e Tecnologias (ISPTEC) arrebatou o prémio de 1,5 milhões de kwanzas, enquanto o segundo e terceiro classificado receberam 900 e 600 mil, respectivamente.

Na opinião de Vanessa Simões, a recente tendência das empresas em listar seu capital na bolsa de valores e buscar financiamento através do mercado de capitais é um sinal encorajador do impacto benéfico do novo modelo da instituição lidera por si.

 
Mais de 300 formandos

Na ocasião, a também economista enfatizou o facto de mais de 300 formandos em 11 universidades e institutos superiores localizados em diversas províncias fazerem parte dos 103 grupos que apresentaram trabalhos de pesquisa para a avaliação, salientando que a presença regular das províncias de Benguela, Luanda, Lunda-Norte, Huambo, Uíge, Lunda-Sul e do Zaire porque, em sua opinião, confere a dimensão nacional que se pretende da empreitada.

Na visão de Vanessa Simões, as estatísticas sobre o crescente número de jovens engajados em melhorar cada vez mais os níveis de literacia financeira, permitem aferir que a fase de implementação do novo modelo de funcionamento da CMC, em que o sector bancário deixa de ser o único a prestar serviços e actividade de financiamento em valores e instrumentos derivados, resultará numa dinâmica catalisadora do desenvolvimento sustentável da economia nacional.

"Até aqui tínhamos  o sector bancário a prestar serviços e actividades de financiamento em valores mobiliários e instrumentos derivados, mas agora temos as sociedades  distribuidoras  e correctoras de valores mobiliários como agentes  de intermediação, especificamente para trazer maior especialização ao mercado de capitais, numa altura, em termos de instrumentos disponíveis no mercado, o destaque vai para as acções, obrigações e unidades de participação nos títulos de dívida pública", disse.

A gestora acredita que o facto de hoje haver empresas interessadas em abrir capital ou financiarem-se através do mercado de capitais abre perspectivas animadoras para a instituição que dirige, "não obstante os desafios  do mercado no contexto económico internacional que também têm influência no resultado".

O concurso CMC & U, sustentou a PCA, está inserido nas iniciativas de educação financeira  promovidas e levadas a cabo pela CMS  que permitem que os estudantes  das várias universidades do país apresentem os seus projectos, investigar e aprofundar  os seus conhecimentos relativamente ao mercado de capitais.

"O objectivo principal é estimular a consistência em matérias relacionadas com o mercado de capitais para que este conhecimento tenha impacto na economia nacional. O concurso permite a presença de grupos formados por estudantes inseridos em diferentes universidades ", concluiu.


ISPTEC vence concurso académico nacional

Três estudantes do Instituto Superior Politécnico de Ciências e Tecnologias (ISPTEC) venceram o 3º Concurso Comissão de Mercado de Capitais e Universidades (CMC & U), com o tema"Os Desafios Enfrentados pelas Pequenas e Médias Empresas ao Ingressar na Bolsa de Valores: Solução para Aumentar a sua Participação".

Alcina de Jesus, Valeriana Aragão e Sansão Miati receberam  um valor de 1,5 milhões de kwanzas, sendo também agraciados com um estágio remunerado com a duração de três meses, um computador e outros benefícios que visam a  projecção no mercado de trabalho.

A segunda posição foi ocupada pelo grupo representante do Instituto Superior Politécnico Católico do Huambo, com o tema "Impacto da Supervisão do Sistema Financeiro, numa Perspectiva de Conglomerados Financeiros: Caso Prático Angolano", e um trio da Universidade Agostinho Neto ocupou o terceiro lugar, mercê do trabalho "As Fintech como Catalisadoras da Inclusão Financeira em Angola".

O concurso é uma iniciativa da CMC levada a cabo em parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciências e Tecnologia, constando no programa de Educação Financeira  promovido pelo regulador do mercado de capitais para estimular que estudantes universitários  apresentem projectos, investiguem e aprofundem  os conhecimentos relativamente ao mercado de capitais.

A competição contou com 309 candidatos de 11 universidades e institutos superiores, subdivididos em conjuntos de 103, sendo os principais critérios de avaliação a qualidade científica, desenvolvimento de temas sobre o mercado de capitais, criatividade e relevância do tema, tal como a clareza e actualidade da redacção e o contributo para a aplicação prática no mercado de capitais.

A presidente do Conselho de Administração da CMC, Vanessa Simões, lembrou que "o objectivo principal é estimular a consistência em matérias relacionadas com o mercado de capitais, para que este conhecimento tenha impacto na economia nacional".

O consultor da ministra do Ensino Superior, Ciências e Tecnologia, Jones Heitor, valorizou a iniciativa da CMC, tendo salientado que este tipo de actividade faz parte de uma estratégia do Executivo plasmada no Plano de Desenvolvimento Nacional, que é o fomento do empreendedorismo e reiterou a disponibilidade do ministério em continuar a colaborar com a CMC para alcançar estes objectivos.

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