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Nyusi quer inclusão da transição energética no combate à pobreza

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou, nesta segunda-feira, na Cimeira dos Países Exportadores de Gás, ser urgente o desenvolvimento de medidas de combate à “pobreza energética” em África e a implementação de acções concertadas ao nível da segurança global, em referência aos acontecimentos na região Norte do país.

05/03/2024  Última atualização 09H40
Filipe Nyusi defende, ainda, que a transição energética deve reforçar a segurança global © Fotografia por: DR

"O momento actual é desafiante, pois o mundo atravessa incertezas decorrentes de interrupção de fornecimentos de energia provocadas pela guerra na Europa e no Médio Oriente, que coloca mais pressão aos países, principalmente aos africanos”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano.

 Na sua intervenção na cimeira que decorre na Argélia, onde está em visita de trabalho desde quarta-feira, destacou "dois temas que se colocam no cerne do sector Energético, particularmente em África: transição energética e segurança global”.

 "O nosso entendimento é que a transição deverá considerar a urgência no combate à pobreza energética em África, pois o continente precisa aumentar o acesso à energia para sua população, ao mesmo tempo que se exige uma acção concertada de todos nós em defesa de interesses comuns em prol da segurança e estabilidade”, disse Filipe Nyusi.

 O sétimo Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF) reuniu sábado em Argel, ainda, os Presidentes do Irão e Bolívia e o emir do Qatar, entre outros Chefes de Estado e Governo, que partilham uma visão estratégia internacional conjunta para o gás.

 O GECF (do inglês "Gas Exporting Countries Fórum”) representa 70% das reservas mundiais comprovadas de gás, mais de 40% da produção comercializada, 47% das exportações por gasoduto e metade das exportações mundiais de gás natural liquefeito (GNL).

 A consultora Deloitte concluiu recentemente que as reservas de gás natural de Moçambique representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares, destacando a importância internacional do país na transição energética.

 "As vastas reservas de gás do país poderão fazer de Moçambique um dos 10 maiores produtores mundiais, responsável por 20% da produção de África até 2040”, refere o relatório de 2024 da consultora internacional sobre as perspectivas energéticas de África, dedicado a Moçambique, noticiado anteriormente pela Lusa.

 O país poderá "contribuir significativamente para as necessidades energéticas mundiais, tanto durante o período de transição energética como estabelecendo capacidades fortes em toda a cadeia de valor das energias renováveis”, lê-se no relatório, que aponta que o gás natural "traga cerca de 100 mil milhões de dólares de receitas para Moçambique ao longo do seu ciclo de vida”.

Emitidos mais 30 mil vistos de turismo

Moçambique emitiu quase 30 mil vistos de fronteira desde a implementação da decisão de facilitar e isentar de vistos turistas de países de baixo risco, em Maio, segundo dados do Governo a que a Lusa teve, ontem, acesso.

 No relatório de balanço da execução orçamental do quarto trimestre de 2023, o Governo recorda que "foi criada uma plataforma para requisição de vistos 'online' e a isenção de vistos de turismo e negócios para uma lista de países de baixo risco", num total de 29 Estados, o que "resultou na emissão de 28.963 vistos solicitados por visitantes", até Dezembro.

 "A medida vem tornando Moçambique mais competitivo e facilitando o acesso de potenciais investidores ao país", lê-se ainda no documento. O Governo moçambicano já tinha afirmado, no relatório de execução orçamental do terceiro trimestre, que a decisão de facilitar e isentar de vistos turistas de países de baixo risco fez aumentar o número de visitas ao país em 34% nos primeiros 90 dias de implementação da medida.

 Moçambique introduziu em Dezembro de 2022 o Visto Electrónico (e-Visa) e, a 1 de Maio, a isenção de vistos para cidadãos de 29 países, além de ter revisto também a medida de concessão de vistos de investimentos para períodos mais alargados aos cidadãos estrangeiros que detenham investimento em Moçambique, simplificando os requisitos de atribuição.

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