Sociedade

O empreendedorismo como paixão

Rui Ramos

Jornalista

Almeida Eduardo é natural de Luanda, onde nasceu a 14 de Agosto de 1996, há 28 anos. É filho de José Eduardo e de Catarina Engrácia, ambos naturais de Mbanza Mbamba, município de Mbanza Kongo, província do Zaire.

04/02/2024  Última atualização 08H19
© Fotografia por: DR

"Os meus pais separaram-se em 1998, quando eu tinha apenas dois anos de idade. A minha mãe, ainda jovem, com 23 anos, já tinha dois filhos, eu e o meu irmão mais velho, que em vida respondia pelo nome de Milton (1992 -2000)”, assim inicia Almeida Eduardo a sua apresentação.

"Depois da separação dos pais, a minha mãe mudou-se para a casa da minha tia, no barro Sucanor, município de Cacuaco, e então passámos a viver momentos muito difíceis, mas ela sempre foi uma mulher guerreira e batalhadora”.

No ano de 2001, a mãe conheceu o que viria a ser o seu pai de criação, Sebastião Estêvão, por quem Almeida Eduardo diz ter enorme apreço e amor. "O meu pai conquistou a minha mãe, uma mulher solteira pela qual se apaixonara e, em 2002, eu e ela mudámo-nos para o bairro da Petrangol, no Sambizanga, para uma casa humilde, de um quarto e sala, feita de madeira”.

No ano seguinte, Almeida Eduardo começa s sua "aventura no mundo académico”, frequentando a iniciação. Em 2004 voltam ao município de Cacuaco, Bairro Boa Esperança, onde vivem apenas um ano e ele frequenta a primeira classe. "Finalmente, no ano de 2006, realizámos o sonho da casa própria. Foi no ano de 2006 que comecei o meu percurso escolar num pequeno colégio denominado "Tio Mingo”, lá estudei da 2ª à 4ª classe e, em seguida, matricularam-me num outro colégio denominado São João Eudes, onde fiz o I ciclo”.

Em 2013, é transferido para o colégio Carvalho Cabral, onde faz o curso de Ciências Físicas e Biológicas. Em 2017 muda-se para a terra dos pais, a província do Zaire, concretamente no município do Soyo, onde ingressou na Universidade 11 de Novembro, actualmente Instituto Superior Politécnico do Soyo, onde se licenciou no curso de Engenharia Informática, em 2022.

"Desde muito cedo tive a paixão pela organização, quando criança sonhava ser jornalista, engenheiro informático ou piloto, porém sempre adicionei o sonho de ser empresário”, destaca, para de seguida acrescentar "dizia sempre que, por mais que esteja a trabalhar ou tenha um emprego, terei de parte as minhas empresas e os meus negócios”.

 
Visão empreendedora

A visão empreendedora nasceu muito cedo, entre 2008 e 2009, quando ajudava a mãe nas suas vendas, numa bancada na praça do Sábado. Quando ela se sentasse para descansar ele ia à zunga e quando se sentasse para descansar era ela a ir à zunga. "A minha mãe sempre foi uma comerciante, graças a ela obtive muita experiência e paixão por este mundo”.

Enquanto esteve na universidade, assumiu o cargo de representante da turma, desde o início da formação até ao final. "Realizámos vários projectos e durante esse tempo aprendi muito sobre organização e liderança. Tive muitos fracassos quando comecei os primeiros negócios e a tentar implementar as ideias empreendedoras, por falta de experiência e sobretudo de recursos, porém estes fracassos ensinaram-me muito sobre como o mundo empreendedor funciona”.

Hoje, Almeida Eduardo sente-se um jovem capaz de importantes realizações. "Os caminhos por onde passei levaram-me a ter grandes experiências, ainda não sou um homem realizado, porque falta muito para atingir os objectivos almejados”.

"Graças a tudo o que vivi e às minhas escolhas, hoje tornei-me num jovem educador financeiro, empreendedor e influenciador digital, criei o projecto social "Eu posso Eu Consigo”, que tem como objetivo principal expandir o ensino da educação financeira e empreendedorismo na sociedade angolana, usando formações, palestras, mentorias e workshops como ferramentas para alcançar o feito.

A educação financeira, explica, é um conjunto de hábitos que nos ajudam a ter uma relação saudável com o dinheiro. "É urgente que a sociedade abrace a educação financeira, grande parte dos jovens e não só, empregados, desempregados, bem como empreendedores têm-se deparado com o insucesso na sua vida financeira por falta de conhecimentos. Não basta saber que é necessário fazer poupanças ou gastar menos do que o que se ganha, é necessário aplicar todos os pilares da educação financeira sem atalhos, para conciliar a melhor relação com o dinheiro”.

E conclui, em jeito de reflexão: "Para qualquer povo, o empreendedorismo é um marco que contribui bastante para o seu desenvolvimento, fomento da economia e criação de postos de trabalho. Decidi dedicar a minha jornada aqui na terra para ajudar as pessoas a saber lidar com o dinheiro e criar negócios rentáveis. Como jovem, olho Angola com um futuro promissor, com o contributo de todos podemos alcançar o mais alto nível desejado, o lema é todos por uma causa”.

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