O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, disse, sexta-feira, na vila da Catumbela, durante a sessão de abertura do II Conselho Consultivo do departamento ministerial, que decorre, “orgulhosamente”, o processo de inscrição de importantes patrimónios naturais, no caso, parques nacionais e a emblemática Palanca Negra Gigante, junto da UNESCO.
"O momento que o sector atravessa é desafiador, devido à pressão que se regista sobre o meio. Esta é uma oportunidade única para reconhecer e preservar a riqueza da nossa biodiversidade, enquanto promovemos o turismo sustentável e a consciencialização global”, disse.
Ana Paula de Carvalho apontou que entre os grandes desafios que o Ministério do Ambiente enfrenta está o da gestão de resíduos sólidos, devido ao atentado que isso causa à saúde pública, que exige, de todos, uma atenção elevada e acção conjunta. A governante chamou a atenção, particularmente, para a poluição por via dos plásticos e defende, que deve ser levada a cabo uma batalha crucial na redução da poluição e protecção dos oceanos.
A titular do Ambiente assegurou que o Executivo está empenhado em implementar medidas rigorosas para eliminar, gradualmente, os plásticos de uso único e/ou desnecessário e promover alternativas sustentáveis.
A ministra alertou que a reactivação do saneamento, liderada pelas comunidades e escolas, é uma abordagem inovadora que capacita os grupos locais a adoptarem tecnologias de saneamento apropriadas e de baixo custo, por se tratar de uma prioridade absoluta.
Ana Paula de Carvalho recordou que este é um programa que teve sucesso nos anos passados, em que a experiência piloto de implementação foi iniciada em 2008 e já abrangeu 11 províncias do país.
As intervenções realizadas, disse, evidenciam ganhos e casos de sucesso, com um nível de eficácia de 18 por cento em 11 províncias, em 2015, e de 38 por cento em quatro províncias, nomeadamente Bié, Cunene, Huíla e Moxico, em que o programa continuou activo até 2019.
"Acreditamos que investir na educação ambiental e capacitar as comunidades para liderar iniciativas de limpeza e preservação é essencial, com vista a criar um futuro mais limpo e saudável para todos”, reiterou.
Biodiversidade
No domínio da biodiversidade, a ministra Ana Paula de Carvalho salientou que estão a ser criadas condições para revitalizar as áreas de conservação, sendo necessários, para isso, recursos financeiros. "Esse é, na verdade, outro compromisso que a cada dia nos atormenta”, ressaltou.
Ana Paula de Carvalho referiu que o combate ao tráfico ilegal da fauna e da flora é, também, outro grande desafio, uma vez que é objectivo primordial do sector garantir a sobrevivência das espécies em perigo, tendo reconhecido a importância vital desses ecossistemas para a saúde do Planeta e o bem-estar das comunidades locais.
"Pretendemos criar condições para potencializar e transformar os nossos parques nacionais em lugares mais atractivos e, nesta senda, começaremos pelo Parque Nacional da Quissama e o Parque Nacional do Luengue-Luiana”, afirmou.
A governante apelou ao investimento de entes privados no ecoturismo, turismo cinegético e outros serviços do ecossistema. "Tenho certeza absoluta que o investimento a ser feito terá o seu grande retorno a médio e longo prazos”, defendeu.
A ministra do Ambiente revelou que as alterações climáticas são outras questões que merecem real atenção, incluindo a seca que afecta parte da população concentrada na região Sul do país, enquanto as cheias ou inundações provocadas pelas chuvas, embora estejam abaixo desta percentagem, ocorrem agora com maior frequência. Neste sentido, anunciou que está em curso um mapeamento dos locais onde ocorrem com maior incidência, bem como a criação de sistemas de protecção financeira contra desastres ambientais.
Lagunas
Ana Paula de Carvalho descreveu a importância dos mangais como verdadeiras barreiras naturais contra a erosão costeira e habitats essenciais para a biodiversidade marinha, para além de serem uma grande fonte de captação de carbono, dando um grande contributo para travar os efeitos nefastos das alterações climáticas. "Estamos empenhados em proteger e revitalizar esses ecossistemas críticos e vamos ainda mais longe. É nosso compromisso produzir legislação para a protecção da espécie” acrescentou.
A ministra do Ambiente sustentou que, em Angola, as zonas húmidas têm um papel fundamental, tanto para as comunidades, como para a conservação da biodiversidade.
O governador de Benguela, Luís Nunes, citou como assertivo o lema do II Conselho Consultivo do Ministério do Ambiente "Agir Agora e Colher no Futuro”, que impele as pessoas a adoptar as melhores práticas ambientais para a garantia de um meio sustentável para as futuras gerações.
Luís Nunes assumiu que na província de Benguela decorrem acções de requalificação dos mangais, a implementação de melhores práticas de gestão dos resíduos, com foco na valorização e implementação da Economia Circular.
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