Mundo

PAM admite paralisação do apoio aos refugiados

A assistência alimentar para os refugiados nos Camarões pode ser interrompida nos próximos meses, por insuficiência do plano de resposta humanitária para 2024, orçado em 371,4 milhões de dólares, tendo recebido, até Fevereiro, apenas 5% do valor, alertaram o PAM e o ACNUR, que foram obrigados a reduzir as rações em 50% nas regiões do Extremo Norte, Adamawa, Leste e Norte do país.

29/03/2024  Última atualização 14H05
Agências realçam níveis altos de subnutrição em crianças © Fotografia por: DR

O Programa Alimentar Mundial avança, sobre as operações com refugiados da Nigéria e da República Centro-Africana (RCA), alojados nos Camarões, que necessita de 23,1 milhões de dólares (cerca de 21,4 milhões de euros). Segundo um relatório do PAM, as comunidades registam, igualmente, taxas alarmantes de subnutrição aguda e de atraso de crescimento em crianças com menos de 5 anos.

"A situação não era melhor em 2023, quando o plano tinha apenas 28% de financiamento”, lê-se no comunicado. No entanto, o PAM e o ACNUR, de forma conjunta, afirmam que continuam empenhados em colaborar com o Governo, os doadores e os parceiros para continuar a prestar assistência alimentar e nutricional às comunidades vulneráveis, incluindo os refugiados e as pessoas deslocadas internamente.

Para fazer face à situação, as agências estão a distribuir cabazes alimentares incompletos, desde o final de 2023. Estas medidas já estão a expor as comunidades de refugiados a uma maior vulnerabilidade e a limitar o acesso a refeições diversificadas e nutritivas, segundo a ONU, citada pela AFP.

A representante do PAM e directora nacional nos Camarões, Wanja Kaaria, afirmou que, "sem apoio imediato, não vão ter outra opção senão reduzir, ainda mais, as já magras porções no prato dos refugiados, com todos os impactos devastadores que isso trará, incluindo o aumento da desnutrição e da fome”.

"A redução da ração alimentar é uma previsão da escalada da crise de protecção nos Camarões, que está agora a afectar o direito humano mais básico das pessoas deslocadas à força no país, o  direito à alimentação”, afirmou o representante do ACNUR nos Camarões, Olivier Guillaume Beer.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo