O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
O presidente da Fundação Amílcar Cabral e antigo Chefe de Estado de Cabo Verde, Pedro Pires, defendeu, ontem, a valorização das figuras que se destacaram na luta de libertação dos países africanos, no sentido de se combater a narrativa colonial.
"Pensamos que, para além desta figura, há toda uma geração de políticos, escritores e investigadores africanos que formaram e constituíram essa geração de ruptura com o Estado colonial", referiu, destacando a geração de Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Lúcio Lara, entre outros.
Pedro Pires, na qualidade de líder da Fundação Amílcar Cabral, salientou, na actividade realizada na Academia Venâncio de Moura, que o centenário do fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) deve servir para uma nova visão sobre as lutas de libertação.
Ao agradecer o Executivo angolano pela iniciativa de promover o diálogo, Pedro Pires sustentou que a celebração dos 100 anos de Amílcar Cabral deve ter "grande impacto” em Angola e de um modo geral na África Austral e no mundo.
"Na
Fundação Amílcar Cabral, queremos que o Centenário chegue a toda a sociedade e
instituições cabo-verdianas, África, Europa, aos Estados Unidos, à América do
Sul", reforçou, sublinhando que terá um significado muito especial para
todos e, principalmente, para a memória de Amílcar Cabral.
Objectivos da Fundação
Na ocasião, o também antigo Primeiro-Ministro de Cabo Verde, ao tempo em que era Presidente da República Aristides Pereira, destacou que a Fundação Amílcar Cabral tem como objectivo preservar e difundir as obras da figura que liderou as independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau.
"A função da nossa Fundação vem precisamente nessa direcção, a valorização da obra, do percurso e do combate, mas ao mesmo tempo a valorização da solidariedade e da luta em comum dos nossos países pela nossa libertação", acrescentou. Acrescentou que a Fundação, além de desenvolver uma actividade interna e externa, tem trabalhado no plano internacional para dar a conhecer o trabalho, os ideais e o legado de Amílcar Cabral.
Diplomata guineense reconhece figura histórica
O embaixador da Guiné-Bissau em Angola, Apolinário Mendes de Carvalho, considerou Amílcar Cabral um pan-africanista que contribuiu no processo de luta de libertação das antigas colónias portuguesas.
Apolinário Mendes de Carvalho explicou que uma das razões de Amílcar Cabral ser objecto de estudo em vários países africanos, como pensador e uma pessoa que soube integrar num dos componentes importantes como o desenvolvimento humano, foi pelo facto de ser considerado um dos principais teóricos da luta anticolonialista.
Por sua vez, o nacionalista e académico moçambicano José Óscar Monteiro, que apresentou na conferência o subtema "A diplomacia interventiva de Amílcar Cabral: Pontos de contacto com a Luta de Libertação desenvolvida pela FRELIMO”, afirmou que a eloquência do líder histórico foi "uma dádiva para a luta das colónias portuguesas".
O colóquio internacional foi prestigiado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, ministro das Relações Exteriores, Téte António, membros da família de Amílcar Cabral, do corpo diplomático acreditado em Angola, dos órgãos de soberania e de Defesa e Segurança, bem como membros da sociedade civil e líderes religiosos.
Membros da família de Cabral marcaram presença no evento
Viúva e filha enaltecem gesto do Governo de
Angola
No acto, membros da família de Amílcar Cabral também marcaram presença, com destaque para a esposa Ana Maria Cabral e a filha Indira Cabral, que agradeceram o Executivo e de modo particular o Presidente da República, João Lourenço, e o povo angolano pela realização do colóquio internacional para mostrar Cabral ao mundo.
Além de felicitar o país pelo colóquio, Ana Maria Cabral comentou que a iniciativa deve interessar mais aos jovens, no sentido de terem conhecimento sobre a história da luta de libertação dos países africanos.
"É preciso que os nossos jovens aprendam bem a história dos nossos respectivos países, de Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau", ressaltou.
Por seu turno, Indira Cabral, a filha mais nova de Amílcar Cabral, apontou que a homenagem é um contributo às gerações que tudo fizeram para a conquista das independências dos países africanos, em geral, e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), em particular.
Indira Cabral considerou o pai "um homem com espírito de antecipação único, cheio de rótulos, humanista, africanista, revolucionário, poeta, defensor dos Direitos Humanos, das liberdades, da equidade entre géneros e de luta contra a opressão de qualquer espécie e a qualquer povo no mundo".
"Um pai que o colonialismo português me roubou quando tinha apenas três anos de idade. Meu pai preferiu escolher a Luta de Independência pelos povos da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, do que simplesmente ser meu pai. Por isso não o conheci. Só agora estou muito orgulhosa de compreender o alcance do meu pai e da sua nobre obra", enfatizou durante o colóquio.
De acordo com Indira Cabral, a família Cabral fica inquieta cada vez que constata que os problemas fundamentais dos povos não estão a ser resolvidos nos países onde o líder revolucionário e seus compatriotas deram suor, lágrimas e sangue para os libertar.
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