Actualmente, afirmou, o país atravessa  uma crise de valores morais sem precedentes, o que tem influenciado, pela negativa, o comportamento da sociedade angolana. "Quase todos os dias há o registo de casos de abusos sexuais, muitos deles no meio familiar”, salientou o governante.

O relatório das Nações Unidas de 2019, lembrou, apontava Angola com uma alta taxa de gravidez precoce. "Neste ano, de acordo com o relatório, em cada mil adolescentes, dos 15 aos 19 anos, pelo menos 163 deram à luz, e muitas destas foram vítimas de abuso sexual. O quadro tende a agravar-se, tendo em conta o aumento registado de forma frequente”, disse.

As consequências do referido acto, disse, são nocivas para as famílias, na medida em que periga o desenvolvimento sustentável da sociedade. A inversão com urgência desta tendência, aconselhou, é essencial para construir uma sociedade sadia.

"Os líderes das instituições religiosas, escolares e associações, que albergam números elevados de pessoas, devem sensibilizar e mobilizar a sociedade para se abster de práticas do género”, apelou.

Aos pais e encarregados de educação, disse ser necessário cultivar o hábito de dialogar de forma aberta com os educandos, sobre determinados assuntos, por formas a combater este fenómeno de que enferma a sociedade.

Núcleo fundamental

Na ocasião, a presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares, a deputada Teresa José da Silva Neto, considerou a família como um núcleo fundamental de uma sociedade, que funciona como o primeiro grupo de relações e tem efeitos na formação de cada indivíduo, daí a necessidade de se prestar maior atenção.

De acordo com a deputada, a degradação de valores familiares é uma realidade em todo o mundo e em Angola em particular, e representa para as famílias um desafio, tendo realçado que a criminalidade,  o desemprego, o uso excessivo de bebidas alcoólicas, as drogas  e a degradação da condição económica constituem, hoje, os principais desafios da humanidade.