O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
O actor e pesquisador cultural Roldão Ferreira defendeu, na passada quinta-feira, na rubrica “Conversas da Academia à Quinta-feira”, que o Carnaval deve ser uma actividade auto-sustentável em todo o país.
O pesquisador sublinhou que a cultura da quotização entre os membros dos grupos carnavalescos é praticamente inexistente e o Governo não pode continuar a patrocinar o Entrudo.
Para o efeito, Roldão Ferreira apresentou como uma das soluções a implementação urgente do Selo do Carnaval, no valor de 5 por cento sobre o preço da cerveja e do tabaco, permitindo a auto-sustentabilidade desta que é considerada a maior festa do povo.
Abordando o tema "A História do Carnaval em Angola”, tendo uma audiência, via online, composta por investigadores de diversos países da lusofonia, sob moderação do escritor António Quino, Roldão Ferreira animou a primeira conferência do ciclo do mês de Fevereiro da rubrica promovida regularmente pela Academia Angolana de Letras.
De acordo com Roldão Ferreira, em terras angolanas a festa do Carnaval teve início em Luanda, no dia 15 de Agosto de 1648. No período colonial, o carnaval era dançado em diferentes cidades do país, embora de forma efusiva e predominante nas cidades de Luanda e Lobito.
"Enquanto o carnaval de Luanda se destaca em termos culturais, o carnaval do Lobito destacava-se em termos alegóricos”, disse.
Segundo Roldão Ferreira, desde cedo os grupos carnavalescos rivalizavam entre si, assinalando o facto de haver troca de piadas na disputa entre grupos e bairros. O pesquisador pontua ser uma disputa sadia, que embelezava o Entrudo.
Roldão Ferreira, autor do livro "Carnaval, a maior festa do povo de Angola”, explicou detalhadamente as diferenças entre o carnaval de rua, o desfile do carnaval e o carnaval de salão, conhecidos como os bailes de carnaval, sublinhando que actualmente têm estado a ganhar predominância os bailes de carnaval, enquanto as exibições de rua têm estado a desaparecer.
No que diz respeito a ritmos, o conferencista frisou a kazukuta, a dizanda, cidrália, cabetula, rebita e o semba como o género mais destacado na actualidade. Quanto a nomes mais sonantes da história do carnaval, destacou João da Belo, a quem atribui a proeza de introduzir os passos da dança com guarda-chuva, visto que o carnaval se dança em tempo de chuva. Destacou igualmente José Ferreira, Teófilo José da Costa e Mester Geraldo.
Quanto ao futuro do carnaval, apontou que passa necessariamente pela modernização e por uma maior diferenciação de estilos musicais, dança e coreografia, bem como uma maior aposta em alegorias.
Tany Narciso é o próximo convidado
O presidente da Associação Provincial do Carnaval de Luanda, Victor Natanael Narciso "Tany Narciso”, é o próximo convidado da rubrica, a ser realizada no dia 8 de Fevereiro, sob moderação de Manuel Sebastião, antigo director do Gabinete Provincial da Cultura do Governo da Província de Luanda.
Tany Narciso vai falar sobre o "Carnaval 2024: da tradição à modernidade”. O debate enquadra-se nos preparativos da edição 2024 do Carnaval de Luanda, cujos desfiles acontecem nos próximos dias 11, 10 e 12, na Nova Marginal. No total, entre adultos e infantis, vão desfilar cerca de mais de 40 grupos. Na classe A, a edição passada foi vencida pelo grupo União Recreativo do Kilamba, sob comando de Poly Rocha.
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