O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
A exposição “ Passado e Presente as Portas do Futuro” do artista Bolondo Mbongo, a ser inaugurada amanhã, a partir das 18h00, fecha o ciclo das actividades programadas nos últimos dias no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda.
O pintor e ilustrador, na mostra, leva o público a reflectir sobre o valor do tempo e o compromisso com o futuro. "Obviamente, o passado é uma memória que o tempo não pode apagar, não podemos falar do presente e do futuro, sem considerar a existência de um passado”, observou Bolondo Mbongo.
A colecção, segundo o pintor, "é uma narrativa de um quotidiano que revela o belo, tratado numa paleta policromática expressada em tendências de fauvismo e expressionismo onde utiliza a técnica de óleo sobre tela, com cores quentes.”
Papino Simão Mbongo, de nome artístico "Bolondo”, é natural de Maquela do Zombo, e nasceu a 9 de Maio de 1990. Desde a adolescência, o artista demonstrou uma paixão e empenho pelas artes plásticas, tendo começado a incursão pelo desempenho em pintura de banda desenhada, que dominava desde os 12 anos. Como muito dos angolanos, passou parte da juventude na República Democrática do Congo (RDC). Em 2008, graduou-se em artes plásticas pela Academia de Belas Artes em Kinshasa.
"Liricamente Mona’Ubhata”
O concerto "Liricamente Mona’Ubhata” com o tenor Emanuel Mendes e a Companhia Nacional de Ópera de Angola marcaram o arranque do ciclo das actividades culturais, no último sábado.
Estes dois eventos, segundo a direcção do MAAN, reforçam o compromisso do espaço em proporcionar actividades artísticas e culturais com alguma regularidade.
Este ano, aos habituais concertos intimistas do projecto "Textualidades Conversas com Escritores”, as exposições regulares, juntou-se ao programa "Palco Gospel”. De acordo com a direcção, a ideia é abraçar iniciativas de outras instituições como aconteceu com o concerto "Liricamente Mona’Ubhata”, uma produção do Atelier D’Artes Lucengomono.
A primeira apresentação foi com obra sinfónica do tenor e compositor Emanuel Mendes, intitulada "Renúncia Impossível”, do poemário de António Agostinho Neto.
Emanuel Mendes teve como convidados o tenor Tomás Baltazar e o pianista Rufino Cipriano que actuaram para uma plateia que contou com a presença de professores, estudantes, artistas e amantes da arte. O espectáculo contou com as presenças do ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, e do tenor Mário Gama, Raimundo Salvador da "Conversa à Sombra da Mulemba ", programa radiofónico que consagrou Emanuel Mendes como uma das personalidades de 2023.
Revisita cancioneiro angolano
Depois de assistir ao espectáculo, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, fez as seguintes declarações. ‘"Mota’Ubhara’ fez uma revisitação do cancioneiro da música popular angolana, elevando-a para o mais alto nível da excelência. O canto lírico é a forma musical mais exigente que há, é preciso estudar muito, treinar sempre e Emanuel Mendes faz-nos viajar no tempo e espaço”.
O também compositor apreciou com atenção os arranjos que ganhou o tema "Minha Terra” em parceria com Filipe Mukenga. O ministro reiterou que a instituição que dirige estará cada vez mais atenta às iniciativas do género.
O projecto "Liricamente Mona’Ubhata” é um concerto itinerante referente às celebrações dos 25 anos de carreira artística do internacional tenor angolano Emanuel Mendes, propondo apresentar a visão erudita da música angolana com inusitadas performances, inserindo novos elementos estéticos.
"Mona Ubhata: filho da terra, filho de casa”, é uma designação que homenageia os lugares e figuras que contribuíram para a construção da personalidade artística de Emanuel Mendes.
O espectáculo passado, também serviu para celebrar os seus 40 anos de idade, assinalados a 10 do corrente mês. Em Setembro do ano em curso, acontece o conceito itinerante fora de Angola designado: "A Tradicional Tenor”, inicialmente marcado para Itália, seguindo-se a Alemanha, França e Portugal. O artista dividiu o concerto em blocos, no primeiro com o tema "Lamento Após-massacre”, com o acompanhamento do Quinteto de Cordas. Foram exploradas propostas musicais como "Ópio” e "Mistério” temas da opereta "Renúncia Impossível”, assim como "Pala Ku Nu Abesa Muxima” e "Hadia Tondo Ku Vutuka” conhecidas nas vozes de Mito Gaspar e Carlos Lamartine.
No final deste bloco subiu em palco Tomás Baltazar, para o dueto em "Sinto na minha voz”. O mestre Rufino Cipriano acompanhou no piano, Emanuel Mendes na abertura do segundo bloco nas canções " Nzumby dya Papá” e "Nguxi”. No alinhamento foram apresentadas as canções "Velha Chica”, "Palamé” e "Mambo me Lutanga” que marcaram o segundo momento. Neste bloco o realce foi para as composições de Fontes Pereira, Rosita Palma, Waldemar Bastos, Liceu Vieira Dias e Teta Lando, apresentadas com a orquestração e arranjos de Emanuel Mendes.
No concerto "Liricamente Mona’Ubhata” o tenor brindou o público com "Tokonenu”, tema de sua autoria. Para encerrar a viagem com outras recriações do cancioneiro angolano, o músico explorou ainda " O Kudizola Kuetu” e "Vissolela” dos Irmãos Kafala, "Cântico Sofrido” do Duo Canhoto, "Minha Terra” da dupla Filipe Mukenga e Filipe Zau, "Ilia” de Bonga e "Ressurreição” de Elias dya Kimuezu.
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