Durante a palestra,realizada sob o lema "Os desafios e soluções para a redu- ção da criminalidade em Angola”, o subcomissário Mateus Rodrigues, um dos prelectores, pediu à população que denuncie às autoridades todos os que violam a lei.

"A população tem um papel crucial na missão da Polícia Nacional de garantir harmonia, ordem e tranquilidade pública para todos os cidadãos”, realçou.

Ao intervir, Mateus Rodrigues considerou, ainda, a denúncia de comportamentos criminosos como uma medida fundamental para fortalecer a segurança pública e promover um ambiente de harmonia e ordem para todos os cidadãos.

"Ao denunciar actividades ilegais, os cidadãos desempenham um papel fundamental na identificação e responsabilização dos infractores, contribuindo assim para a manutenção da segurança e da tranquilidade públicas”, explicou.

A denúncia de condutas criminosas, destacou, não ajuda apenas a dissuadir potenciais infractores, mas também fortalece a confiança entre a Polícia e a comunidade e promove, assim, uma parceria eficaz na promoção da segurança pública.

"Encorajo os cidadãos a superarem qualquer receio ou relutância em denunciar, assegurando que a identidade das pessoas será protegida e medidas adequadas tomadas para garantir a sua segurança” , frisou.

Mateus Rodrigues destacou, igualmente, a importância de uma abordagem proactiva por parte da sociedade, incentivando os cidadãos a relatarem qualquer actividade suspeita ou comportamento fora da lei.

"A colaboração entre a Polícia e a comunidade é fundamental para identificar e abordar eficazmente os desafios de segurança, garantindo assim um ambiente seguro e pacífico para todos”, frisou.

 
Colaboração

Para o especialista em Criminalística e Ciências Forenses Alcântara Costa, é preciso existir colaboração por parte dos funcionários na denúncia, de forma a reforçar a prevenção de crimes. Alcântara Costa destacou, ontem, em Luanda, durante a palestra sobre "Os desafios e Soluções para a Redução da Criminalidade em Angola”, a importância da colaboração colectiva na prevenção de crimes. "Embora haja diversos factores situacionais que podem influenciar a criminalidade, é fundamental que todos os sectores da sociedade se unam para combater esse problema”.

A pobreza, realçou, apesar de ser um factor frequentemente associado à criminalidade, não justifica as acções criminosas. No entanto, reconheceu, as condições sociais precárias podem aumentar a propensão para actividades ilícitas.

O especialista criticou a falta de investimento no campo da prevenção e pediu um aumento do policiamento de proximidade com a comunidade. "É importante garantir que as instituições responsáveis pela perícia criminal tenham os recursos necessários para investigar e resolver casos de maneira eficaz”, defendeu.

 
Saúde mental

O criminalista considerou, igualmente, essencial cuidar da saúde mental da população e destacou o papel dos técnicos de psicologia e sociologia nos hospitais e postos de saúde. "A detecção precoce de problemas de saúde mental pode ajudar a reduzir o comportamento criminoso, além de melhorar o bem-estar geral da sociedade”, disse.

O especialista pediu, no fim da palestra, uma abordagem mais abrangente e colaborativa para lidar com o problema da criminalidade em Angola. "A prevenção deve ser uma prioridade, com investimentos tanto em recursos materiais quanto em serviços de apoio à saúde mental”.

Ressocialização

O psicólogo Mário de Lemos defendeu, ontem, em Luanda, a criação urgente de políticas públicas direccionadas à prevenção do crime e à ressocialização de indivíduos que cometam delitos. Como um dos oradores da palestra "Os desafios e Soluções para Redução da Criminalidade em Angola”, o especialista destacou a importância de se implementar mais e novas políticas públicas voltadas à prevenção do crime e ao enquadramento social dos criminosos.

De acordo com o psicólogo, é crucial reconhecer que simplesmente punir os infractores não é suficiente para resolver o problema da criminalidade. Em vez disso, aconselhou a investir em programas e iniciativas que abordem as causas subjacentes do comportamento criminoso e ofereçam suporte e oportunidades para a reintegração dos infractores na sociedade.

Mário de Lemos enfatizou, igualmente, a importância de se concentrar na prevenção do crime. A ênfase, avançou, deve estar na reeducação, no desenvolvimento de habilidades e na promoção de valores positivos, a fim de reduzir as taxas de reincidência.