Um jantar de confraternização com a Comunidade Angolana em Portugal, foi organizado, esta sexta-feira, em Lisboa, com a Presença do Chefe de Estado, João Lourenço.
O embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, que se encontra em Ottawa a participar nas negociações sobre o banimento de plásticos, foi convidado, esta sexta-feira, pelo chefe da Missão Diplomática de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, para a recepção comemorativa dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que se assinalou a 25 de Abril.
Ao Jornal de Angola, o docente universitário e especialista em Governação e Políticas Públicas Daniel Tendo disse, ontem, que o país tem a “soberana oportunidade” de demonstrar a todo o continente e ao mundo o posicionamento diante dos grandes temas da agenda da paz e segurança em África.
O académico considerou que a presidência rotativa de Angola na UA, a partir de 2025, "é um feito singular” a nível da diplomacia e ocorre num período "vibrante e bastante actuante, em termos de resolução de conflitos”.
Com o capital político e económico que o país possui, segundo o especialista, África terá uma organização mais presente nos debates sobre os grandes temas do continente, destacando uma maior actuação em torno da resolução dos conflitos, os golpes inconstitucionais, a fome e a pobreza, a integração económica e modelos de exportação, as alterações climáticas, o terrorismo, as grandes endemias e epidemias.
"Em termos políticos, essa posição legitima Angola como uma potência regional, que tem contributos inequívocos para o continente africano e para o mundo”, realçou Daniel Tendo.
Novo paradigma social e político
De acordo com o membro do Comité de Referência Juvenil da UA, Osvaldo João, é importante que Angola, na qualidade de vice-presidente da organização continental, trabalhe para que não seja um país visto em questões de conflitos sociais e comece a olhar para o novo paradigma sociopolítico.
"Se
Angola optar por este mecanismo, estaríamos a trabalhar em prol de todos, fazer
uma governação participativa, em que a população tenha voz e privilégio de
poder dar a entender as reais necessidades da juventude e do povo, para os
interesses do país”, sublinhou Osvaldo João. O especialista defende que Angola
trabalhe como um exemplo para as instituições angolanas e africanas, em
questões de governação, paz e segurança. Osvaldo João apelou, por isso, ao
Executivo a olhar para a nomeação como um destaque, pois vai salvaguardar os
interesses dos angolanos, bem como mostrar ao mundo que ganhou a confiança da
União Africana.
Participação activa nas decisões administrativas
Já a especialista e membro da 4ª Assembleia Geral Permanente do Conselho Económico Social e Cultural da União Africana (ECOSOCC), Zinga Suama, apontou que a eleição de Angola à vice-presidência da União Africana oferece a oportunidade de o país participar activamente das decisões administrativas e políticas da organização.
Relativamente às decisões administrativas, explicou, uma das responsabilidades da vice-presidência é garantir um funcionamento eficaz e eficiente dentro da Comissão da UA.
"Estou confiante que esta eleição trará benefícios para os cidadãos angolanos, pois lidando com processos administrativos, Angola estará directamente inteirada com os processos de recrutamento e selecção de candidatos dentro da Comissão da União Africana”, destacou.
Quanto
às decisões políticas, Zinga Suama frisou que Angola tem a oportunidade de
participar das resoluções do continente como vice-presidente, colocando-se numa
posição de liderança e influência.
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