Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O Presidente norte-americano abriu, na quinta-feira à noite, o discurso anual do Estado da União com um alerta sobre como a "Liberdade e a Democracia estão a ser atacadas" no país e no mundo.
Joe Biden garantiu que o apoio americano à Ucrânia não vai esmorecer e reforçou que a única opção viável para o conflito entre Israel e o Hamas é a solução de dois Estados.
"Enfrentamos um momento sem precedentes na História da União. E sim, o meu objectivo esta noite é acordar este Congresso e alertar o povo americano de que este não é um momento comum. Desde o Presidente Lincoln e a Guerra Civil que a liberdade e a democracia não eram atacadas aqui em casa como são hoje", disse Joe Biden, no terceiro discurso do Estado da União.
Biden comparou os dias de hoje com o período anterior à Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler marchava na Europa, e considerou que agora é o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, quem pretende conquistar mais terreno na Europa.
"O que torna o nosso momento raro é que a liberdade e a democracia estão sob ataque, tanto a nível interno como no estrangeiro, ao mesmo tempo. No exterior, Putin está em marcha, a invadir a Ucrânia e semeando o caos por toda a Europa e além dela. Se alguém nesta sala pensa que Putin irá parar na Ucrânia, garanto-vos de que não o fará", alertou, sendo aplaudido de pé pelos democratas presentes no salão.
Biden prometeu que os soldados dos Estados Unidos não irão para a Ucrânia e reforçou os apelos para mais ajuda a Kiev.
Ao sublinhar várias vezes ao longo do discurso que a "História está a observar" as decisões que hoje são tomadas, o Chefe de Estado advogou que se os EUA recuarem agora no apoio a Kiev, não só "colocarão a Ucrânia em risco", como também a "Europa e o mundo livre".
"A minha mensagem para o Presidente Putin é simples: Não iremos embora. Não nos vamos curvar. Eu não me vou curvar", frisou, voltando a ser aplaudido de pé.
O Presidente norte-americano exigiu a Israel, no discurso do Estado da União, que não use a ajuda humanitária a Gaza como "moeda de troca” e permita a entrada de alimentos e medicamentos no enclave.
"Aos líderes de Israel digo isto: a assistência humanitária não pode ser uma consideração secundária ou uma moeda de troca. Proteger e salvar vidas inocentes tem de ser uma prioridade”, instou o líder americano.
Joe Biden assegurou que está a trabalhar "sem descanso” para um cessar-fogo imediato e temporário em Gaza, que permita a libertação dos reféns do grupo islamita palestiniano Hamas e a entrada de ajuda humanitária no enclave.
"Esta noite, ordeno ao Exército dos Estados Unidos que lidere uma missão de emergência para estabelecer um cais temporário no Mediterrâneo, ao largo da costa de Gaza, que possa receber grandes navios que transportam alimentos, água e medicamentos”, anunciou.
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