O país prevê produzir, a partir de 2027, entre cinco e seis milhões de toneladas de milho, com o objectivo de superar os actuais níveis de produção estimada em três milhões de toneladas, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária.
João da Cunha divulgou estes dados à imprensa, durante a apresentação do Programa de Fomento da Produção Agro-Pecuária, inserido no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023/2027, no âmbito das sessões temáticas comunicar por Angola. Referiu que a meta do Governo é o país atingir uma produção de 10 milhões de toneladas de milho, para suprir as necessidades de consumo e de criação de aves, suínos e gado bovino.
Para a cultura de arroz, segundo João da Cunha, o Executivo prevê aumentar os actuais níveis de produção que se situam, entre 30 e 40 mil toneladas, com a finalidade de diminuir a importação do produto, calculado em mais de 300 mil toneladas por ano.
O secretário de Estado para Agricultura e Pecuária disse que a maior preocupação de momento tem a ver com o trigo, pois o país importa anualmente mais de 600 mil toneladas. Referiu que, no quadro do Programa de Fomento Agro-Pecuário, a meta do Executivo é atingir acima dos 20 por cento da produção, para cobrir as necessidades do consumo.
Contributo ao PIB
O governante disse que o sector que dirige está em franco crescimento e que contribuiu com 3,38 por cento no Produto Interno Bruto (PIB).
O Programa de Fomento Agro-Pecuário, apresentado pelo secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, indica que, a partir de 2027, o país pretende atingir uma produção de 1,1 milhão de soja, 556 mil toneladas de batata-rena, 14,3 mil de mandioca e 4,4 mil de batata-doce, para alcançar uma cobertura de 100 por cento.
O documento indica, igualmente, que o país prevê atingir 703,8 mil toneladas de tomate, 825,4 mil de cebola, 761,1 mil de citrinos e 1.045 de ananás.
Mudas de Café
O Executivo prevê também produzir 300 milhões de mudas para atingir uma produção de 120 mil toneladas de Café, 30 milhões de mudas para uma produção de cinco mil toneladas de cacau e 7,5 milhões de mudas para atingir a produção de 98 mil toneladas de palmar.
Até 2027, o país prevê atingir 141,9 mil toneladas de produção de aves e 19,9 mil toneladas de suínos.
Durante a presente campanha agrícola, foram distribuídas cerca de 7.410 toneladas de sementes diversas em todo o país e 19.610 toneladas de fertilizantes.
Auto-suficiência alimentar
O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João da Cunha, assegurou que o país está a dar passos substanciais, para que possa tornar-se a médio e longo prazos, numa alta suficiência alimentar.
De acordo com João da Cunha, os recursos financeiros estão a ser mobilizados para que o país consiga atingir, a partir de 2027, a quantidade de produção necessária com vista a cobrir a demanda do consumo.
Para o governante, a visita que o Presidente da República está a efectuar nos Estados Unidos demonstra a vontade do Executivo em atrair os investidores americanos para investir no sector da Agricultura.
"Existe uma fluência de empresários americanos interessados em investir em Angola no sector da Agricultura. A par dos investidores dos Estados Unidos, empresários chineses e de outros países, também, têm estado a mostrar interesse em investir no sector agrícola. O Governo tudo está a fazer para que isso aconteça, porque existem melhorias substanciais do ambiente económico do país", referiu.
Cifra da mandioca deve atingir 14 milhões de toneladas em 2027
O relatório do Programa de Desenvolvimento do Sector Agrário indica que, a partir de 2027, o fomento da produção de mandioca vai ser cultivada numa área de 995.537 hectares, para que sejam atingidas no mínimo 14 milhões de toneladas de mandioca.
O objectivo do Executivo é atingir a produção de mandioca em 100 por cento das necessidades de consumo da população angolana.
Para o fomento da produção de Massango/Massambala, segundo João da Cunha, Angola prevê produzir, anualmente, a partir de 2027, um mínimo de 172.714 toneladas, que vai representar 95 por cento das necessidades de consumo.
O documento apresentado, ontem, aos jornalistas mostra que a produção de Massango/Massambala será produzida, numa área de 119.113 hectares, com uma média de 1,45 toneladas por hectare, com maior destaque nas províncias do Cuando Cubango, Cunene e Huíla.
Quanto ao fomento da produção de abacate, o país deseja produzir por ano, 67 mil toneladas, a fim de atingir 30 por cento das necessidades de consumo. Para que este objectivo seja alcançado serão produzidas 604.800 mudas.
O fomento da produção de algodão, que está no seu segundo ano consecutivo, na Baixa de Cassange, província de Malanje vai envolver 200 famílias, numa área de 200 hectares, com o objectivo de atingir 56.100 toneladas, para cobrir 30 por cento das necessidades de consumo. Numa primeira fase, para a produção de algodão, foram seleccionadas as províncias de Malanje com 75 por cento de produção, Cuanza Norte (10), Cuanza-Sul (10) e Benguela (5).
De acordo com o Secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, em 2027, o programa irá envolver 100 mil famílias e serão semeados 100 mil hectares. A indústria local irá absorver 30 mil toneladas do algodão.
Campanha agrícola
Para a presente campanha agrícola foram adquiridas 19.610 mil toneladas de fertilizantes, sendo 5.760 toneladas do tipo NPK12-24-12 e 13.850 toneladas de sulfato de amónio.
Foram igualmente adquiridos 162,9 mil equipamentos de trabalho, dos quais 50 por cento correspondem enxadas. O objectivo do programa é fomentar a exploração e gestão dos recursos florestais, designadamente de madeiras e plantas, bem como modernizar a apicultura tradicional, com vista a aumentar a produção de mel e de outros produtos apícolas.
De relembrar que o país possui 35 milhões de hectares de terra arável.
Deste número, seis milhões estão a ser trabalhados, que representa 17,2 por cento e 120 mil hectares irrigados, que representam 2,0 por cento.
Aposta na agricultura
Os programas de fomento da actividade agrícola que o Executivo está a levar a cabo os jovens a engajam vários projectos ligados ao sector agro-pecuário.
Para o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João da Cunha, existem vários incentivos que estão a contribuir para que os jovens se instalem e implementem, os seus projectos agrícolas, como o Programa de Cereais.
"O Estado está a implementar programas para o fomento, como o programa dos cereais que visa estimular a produção agrícola e estamos a entregar entre 5 e 20 hectares para os jovens produzirem. Estamos a fornecer a assistência técnica, instrumentos de trabalho, sementes e fertilizantes para que possam produzir da melhor maneira possível", indicou.
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