Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O Chefe de Estado da Federação da Rússia, Vladimir Putin, vencedor das eleições presidenciais dos últimos três dias, pediu, segunda-feira, ao homólogo francês, Emmanuel Macron, para apresentar planos concretos de paz, “porque nada ainda está perdido na guerra da Ucrânia, mas qualquer negociação vai partir dos interesses russos”.
Putin foi indagado pela imprensa sobre as declarações de Macron que abriu a possibilidade da observação de uma trégua no conflito ucraniano durante as Olimpíadas de Paris 2024. "Não sei nada sobre esta declaração do Presidente francês. Estamos prontos para estudar quaisquer questões, mas sempre em qualquer situação, vamos partir dos interesses da Rússia”, esclareceu o líder russo.
Sobre os desafios futuros, Putin sinalizou que precisam de cumprir as metas militares e fortalecer as Forças Armadas. "Em primeiro lugar, precisamos de resolver as tarefas de uma operação militar especial, fortalecer as capacidades de defesa, fortalecer as Forças Armadas, isso está a acontecer, todos vemos, num ritmo muito bom e com excelente qualidade”, realça, citado pela imprensa brasileira.
No entanto, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse, em entrevista divulgada no sábado, que vai pedir à Rússia um cessar-fogo na Ucrânia durante os Jogos Olímpicos de 2024, no qual vão participar atletas russos e bielorrussos de forma neutra, sem qualquer bandeira, emblema ou símbolo nacional.
"Esta é uma mensagem de paz. Iremos também seguir a decisão do Comité Olímpico”, disse o Presidente da França, país anfitrião dos jogos deste ano, citado pela agência Reuters. Já a Presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, disse à mesma agência que preferia que os atletas russos e bielorussos "não viessem”. Entretanto, o evento realiza-se entre 26 Julho e 11 de Agosto.
O Comité Olímpico Internacional condenou a invasão russa logo no primeiro mês do conflito, em Fevereiro de 2022, e colocou a hipótese de suspender os atletas ou de estes competirem de forma neutra. Nos jogos de Paris2024, a segunda hipótese será aplicada.
Em relação ao assunto, Moscovo exige que a França cesse o envio de armas à Ucrânia. "Venho com uma proposta em resposta a Macron”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova.
"Parem de fornecer armas que estão a ser usadas para matar e parem de promover o terrorismo”, pediu. "Sugiro ainda a Macron que avance com uma proposta semelhante para um cessar-fogo no Médio Oriente. Provavelmente, muito depende do que a França tem a dizer”, concluiu, citada pela agência TASS.
França
já está envolvida no
conflito na Ucrânia
O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, respondeu às declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre "fazer de tudo para dar a vitória à Ucrânia”: "A França já está a participar indirectamente”, disse Peskov.
Após a media francesa repercutir a possibilidade de tropas francesas lutarem ao lado dos ucranianos, Macron rejeitou, em entrevista à rede televisiva nacional, as recentes alegações de que mandaria tropas para a Ucrânia.
"A França jamais tomará a iniciativa de acções militares na Ucrânia”, disse Macron. Ao mesmo tempo, contudo, ele afirmou que não poderia excluir opções. Na sexta-feira passada, Peskov disse que as autoridades russas têm acompanhado a recente retórica do líder francês.
O Presidente russo, Vladimir Putin, sublinhou, durante uma entrevista a Dmitry Kiselev, divulgada na última quarta-feira, que Moscovo trataria as tropas dos EUA ou de outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como "intervencionistas”, caso fossem enviadas para a Ucrânia.
OTAN
pede apoio ao Azerbaijão
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu, durante uma visita no domingo a Baku, mais assistência humanitária à Ucrânia devido à situação "extremamente difícil” no país.
"Os aliados da OTAN estão profundamente preocupados com as consequências desta guerra em curso e prestam apoio à Ucrânia. Agradeço, também, o apoio tão necessário fornecido pelo Azerbaijão à Ucrânia”, suplicou Stoltenberg.
"Além disso, quando se trata de ajuda humanitária, que é muito necessária, é crucial um apoio adicional devido à extrema dificuldade da situação na Ucrânia”, disse.
A declaração foi feita em conferência de imprensa ao lado do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev. No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Letónia, Krisjanis Karins, afirmou, no domingo, que o Reino Unido deveria implementar uma política de alistamento obrigatório para aumentar o Exército e "conter a Rússia”.
O ministro ainda pediu aos países da OTAN para que prestem atenção ao modelo de "defesa total”, em que um grande número de cidadãos pode ser convocado no menor tempo possível. Karins disse que a Letónia já tomou as medidas necessárias, pegando emprestado elementos do sistema de recrutamento militar finlandês, que "poderia ser um modelo muito bom para muitos de nós”.
De acordo com Karins, o Reino Unido, tal como outros aliados da OTAN, terá que de aumentar os gastos com defesa nos próximos anos para se proteger. A publicação observa que a Letónia, que faz fronteira com a Rússia, reintroduziu o recrutamento após a eclosão do conflito na Ucrânia.
Seguindo o modelo finlandês, todos os homens fisicamente aptos com idades entre 18 e 27 anos são obrigados a completar 11 meses de serviço militar obrigatório.
Manifestações
contra a
guerra em Paris
A capital francesa sediou, no último sábado, uma manifestação contra o apoio ao conflito na Ucrânia e a favor da saída da França da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os activistas, que se reuniram no centro de Paris, próximo ao Louvre, acenderam tochas nas cores da bandeira francesa e entoaram a Marselhesa, o hino nacional da França.
Os cartazes dos participantes exibiam mensagens como "Vamos sair da OTAN!”, "Frexit”, "Marchemos pela paz!”, "Deixem nossos filhos em paz!”. Os manifestantes também bradaram: "Não à Terceira Guerra Mundial!”
Ao término da manifestação, o líder do partido Patriotas e ex-eurodeputado, Florian Filippot, como de costume, rasgou a bandeira da OTAN, descrevendo-a como "um símbolo de submissão”.
Em Fevereiro, a França assinou um acordo bilateral de segurança com a Ucrânia por um período de dez anos, que inclui a destinação de 3 biliões de euros em assistência militar a Kiev, este ano.
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