Um jantar de confraternização com a Comunidade Angolana em Portugal, foi organizado, esta sexta-feira, em Lisboa, com a Presença do Chefe de Estado, João Lourenço.
O embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, que se encontra em Ottawa a participar nas negociações sobre o banimento de plásticos, foi convidado, esta sexta-feira, pelo chefe da Missão Diplomática de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, para a recepção comemorativa dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que se assinalou a 25 de Abril.
O embaixador de Angola no Reino Unido e Irlanda do Norte, Geraldo Sachipengo “Nunda”, manifestou, sábado, o desejo de mobilizar apoios para a publicação, em livro e dispositivos digitais, do depoimento dos sobreviventes do 4 de Fevereiro de 1961, data do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.
O diplomata angolano, que falava durante uma palestra por videoconferência, para a comunidade angolana residente no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, com o testemunho de cinco dos 10 sobreviventes do 4 de Fevereiro de 1961, fez saber que a intenção de reproduzir a história dos heróis em livro e dispositivos digitais visa criar condições para que as futuras gerações conheçam as incidências da conquista da liberdade.
"Uma promessa que gostaríamos de deixar, é que queremos contar com os sobreviventes do 4 de Fevereiro para a publicação da vossa história e da história de Angola. Vamos mobilizar aqueles que nos vão apoiar a publicar os vossos depoimentos, porque a história se transmite oralmente, mas fica para a posteridade quando a colocamos em livros e, também, guardar em dispositivos digitais”, disse.
Geraldo Sachipengo "Nunda” disse, ainda, ser importante que as gerações vindouras mantenham o contacto com a história, mas sobretudo que tenham a possibilidade de ler sobre "os actos heróicos dos obreiros do 4 de Fevereiro” de 1961, para que percebam de que forma surgiu a chama que levou à Independência.
"Mais do que ninguém, os sobreviventes do 4 de Fevereiro é que devem ter a voz sobre o que foi o momento e as suas aspirações, que depois passaram para as nossas aspirações e continuarão a ser as aspirações de todos os angolanos, em sermos felizes”, acrescentou o embaixador, em declarações por videoconferência, no acto que marcou o encerramento das jornadas de celebração do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, organizadas pela embaixada.
A Luta Armada de Libertação de Angola, acrescentou o embaixador, foi o ponto de viragem de uma luta que começou pelas ideias, pensamento e construção da identidade territorial, tendo sublinhado que o exemplo vem da luta anti-ocupação com os nossos soberanos Dom Pedro II do Reino do Kongo, comandante da batalha de Ambaca, em 1622, da Rainha Njinga-a-Mbandi, do Rei Ngola Kiluanji kya Samba, do Rei Ekuikui, Mandume e outros notáveis da história angolana.
"Mais tarde, jovens nascidos subjugados, sentiram-se impelidos em reclamar o direito natural de sermos livres, sermos independentes e de uma soberania exercida por angolanos para os angolanos”, realçou.
Geraldo Sachipengo Nunda destacou, ainda, o facto de ter sido em desvantagem tecnológica e numérica que os heróis do 4 de Fevereiro enfrentaram o regime opressor colonial, em 1961.
"Temos o privilégio de estarmos perante os heróis do povo angolano, que no dia 4 de Fevereiro ergueram as suas catanas e de peito aberto enfrentaram o aparelho de dominação e de repressão construído pelo regime colonial”, acrescentou, dirigindo-se aos cinco sobreviventes que prestaram o seu testemunho no acto, nomeadamente os tenentes-generais na reserva Pedro Van-Dúnem, Amadeu Martins, Agostinho Inácio e Engrácia Cabenha.
Os cinco heróis do 4 de Fevereiro não conseguiram esconder a enorme satisfação com a iniciativa da Embaixada de Angola no Reino Unido e Irlanda do Norte. Ao Jornal de Angola, Engrácia Cabenha revelou estar muito feliz por saber que angolanos no exterior do país estão interessados em conhecer a história.
"Temos de agradecer ao senhor embaixador, porque é reconfortante poder partilhar a história com os mais jovens. Estamos muito gratos e queremos, apenas, fazer lembrar que a nossa grande insatisfação se prende com o estado de abandono que se encontra o Marco Histórico do Cazenga”, afirmou a também Rainha do 4 de Fevereiro. ara o tenente-general na reserva Pedro Van-Dúnem, outro sobrevivente do dia histórico, os jovens precisam de estudar a História de Angola, porque é rica e bonita de se ouvir e ler.
"O general Nunda teve uma iniciativa de louvar. O camarada embaixador é um homem da História, e a história é algo que alimenta a alma dos povos. Devo dizer aos jovens que estudem a história. A juventude deve estudar a História de Angola, porque não existe um povo sem história”, afirmou o também antigo ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.
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