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Relatores da ONU apoiam a UNRWA

Cerca de 30 especialistas em Direitos Humanos da ONU assinaram, ontem, uma declaração para pedir aos países doadores que reconsiderem a suspensão da ajuda à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).

03/02/2024  Última atualização 13H35
© Fotografia por: DR

"Mesmo que as acusações (contra uma dúzia de trabalhadores alegadamente envolvidos com o grupo islamita Hamas) sejam provadas, a UNRWA, que emprega 13 mil pessoas em Gaza e presta serviços a 1,7 milhões de refugiados palestinianos, não deve ser responsabilizada e punida colectivamente", escreveram os especialistas, incluindo relatores e membros de grupos de trabalho das Nações Unidas.

A suspensão financeira anunciada por 18 Governos "ocorre num momento de vida ou de morte para dois milhões de palestinianos em Gaza que vivem condições catastróficas devido aos ataques militares em grande escala de Israel, que o Tribunal Internacional de Justiça considerou um genocídio plausível", alegam os especialistas.

Os especialistas lembraram que a UNRWA anunciou, logo que as suspeitas foram conhecidas, o despedimento dos funcionários, ainda antes do início das investigações, "o que reflecte o compromisso da agência em garantir a sua neutralidade, em linha com os valores da ONU contra qualquer incitamento à violência".

Os Governos que decidiram suspender o financiamento da UNRWA nos últimos dias são os da Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, Islândia, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Nova Zelândia, Países Baixos, Reino Unido, Roménia, Suécia e Suíça.

"Esta decisão extremamente desproporcional desafia os princípios básicos da humanidade e contradiz o compromisso dos Estados de não deixar ninguém para trás", sublinharam os especialistas na matéria.

Entre os signatários da declaração estão a relatora da ONU para os Direitos Humanos na Palestina (Francesca Albanese) e os homólogos para a solidariedade internacional (Cecilia Bailliet), para o Direito à Alimentação (Michael Fakhri), para as Minorias (Nicolas Levrat) e contra a Violência sofrida pelas Mulheres e Meninas (Reem Alsalem).

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