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Rússia desmente EUA sobre autoria do ataque

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, desmentiu os Estados Unidos, ao questionar a teoria dos EUA de que foi o Estado Islâmico o responsável pelo ataque na sala de espetáculos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nos subúrbios de Moscovo, na sexta-feira.

26/03/2024  Última atualização 06H05
Maria Zakharova acha ridículo os argumentos de Washington sobre o atentado de Moscovo © Fotografia por: DR
Num artigo de opinião publicado no jornal Komsomolskaya Pravda, citado pela plataforma Notícias ao Minuto,  Zakharova questiona: "Acham mesmo que foi o ISIS, Casa Branca? Não vão mudar de ideias?" A questão é o culminar de um texto onde a russa explica o que é o Estado Islâmico, como é que este nasceu e fala sobre o nascimento do Hamas. A referência a ambos os grupos terroristas é feita com um único objectivo: acusar os EUA do surgimento de ambos.

"Os engenheiros políticos americanos caíram numa armadilha com histórias de que o ataque terrorista na Câmara Municipal de Crocus foi levado a cabo pela organização terrorista ISIS, proibida na Rússia. Porque é que eles fazem isso é claro: não têm alternativa", escreve.

Maria Zakharova acusa Washington de tentar "encobrir os pupilos de Kiev" usando a teoria do "bicho papão" do ISIS. Grupo esse que que nasceu porque os "americanos, intencionalmente ou inconscientemente, contribuíram para a criação de outro monstro - o ISIS" após a criação da Al-Qaeda.

Recorde-se que já este domingo, numa publicação feita no Twitter, a mulher tinha ridicularizado a explicação dada pelos Estados Unidos, questionando o que podia acusar os EUA de 60 anos após a morte "do seu próprio Presidente Kennedy" ainda não terem conseguido resolver o assassinato. "Ou talvez tenha sido o Estado Islâmico também", sugeriu.

Recorde-se que o atentado de sexta-feira fez, pelo menos, 182 mortos e levou o Presidente russo, Vladimir Putin, a decretar um dia de luto nacional no país, que se assinalou no último domingo. Além das homenagens, os serviços de emergência continuam no local, não só para remover escombros, como também para procurar eventuais sobreviventes ou mortos.

Saliente-se que o Serviço Federal de Segurança (FSB) russo avançou, no sábado, ter detido 11 indivíduos alegadamente ligados ao atentado, entre os quais os quatro terroristas que terão perpetuado directamente o ataque.

As autoridades ucranianas negaram, desde a primeira hora, qualquer envolvimento no ataque e uma fonte da inteligência dos EUA disse à Associated Press que as agências norte-americanas confirmaram que o grupo era responsável pelo ataque.

Paris sobe para máximo o nível de segurança

O Primeiro-Ministro francês, Gabriel Attal, anunciou, ontem, o reforço do plano de segurança para o nível mais elevado, na sequência do ataque em Moscovo reivindicado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

"Atendendo à reivindicação do atentado pelo Estado Islâmico e às ameaças sobre o nosso país, decidimos reforçar a postura Vigipirate ao nível mais elevado: urgência de atentado", indicou Grabiel Attal na rede social X, após uma reunião do Conselho de Defesa no Eliseu presidida pelo Presidente, Emmanuel Macron.

O plano Vigipirate tinha sido reduzido em Janeiro para o nível 2 ("segurança reforçada - risco de atentado"). O ataque de sexta-feira a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, que provocou pelo menos mais 137 mortos, foi reivindicado por um grupo filiado no movimento 'jihadista' Estado Islâmico (EI) e considerado o mais mortífero em solo russo nos últimos anos.

O número de mortos no ataque aumentou para 137, incluindo três crianças, anunciaram investigadores russos, referindo que foram encontradas armas e munições no local do massacre.

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