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Senegal: Candidatos escolhem o mês de Abril para as eleições

Pelo menos 15 dos 20 candidatos às eleições presidenciais do Senegal pediram, terça-feira, a convocação do pleito para 2 de Abril, dentro do legal do mandato do Chefe de Estado, Macky Sall, no dia em que uma das duas candidatas femininas anunciou a saída da corrida.

21/02/2024  Última atualização 09H39
Data aprovada pelo Parlamento para as eleições foi “derrubada” pelo Conselho Constitucional © Fotografia por: DR

 "A nova data das eleições e da transferência de poderes entre o Presidente e o seu sucessor devem ter lugar, o mais tardar, a 2 de Abril”, lê-se no comunicado de imprensa divulgado pela AFP.

No entanto, a candidata às presidenciais senegalesas Rose Wardini anunciou a desistência da corrida devido a dúvidas que surgiram nas redes sociais sobre a sua nacionalidade. "Decidi com toda a soberania retirar a minha candidatura às presidenciais de 2024”, declarou Rose Wardini numa conferência de imprensa em Dakar, citada pela AFP.

 A candidata disse que iria apresentar "todas as provas” aos tribunais sobre a sua nacionalidade exclusivamente senegalesa, uma exigência constitucional para qualquer candidato presidencial. Ginecologista de profissão, Rose Wardini foi uma das 20 candidatas seleccionadas em Janeiro pelo Conselho Constitucional para concorrer às eleições presidenciais, inicialmente previstas para 25 de Fevereiro, mas, entretanto, adiadas pelo Presidente, Macky Sall, para 15 de Dezembro.

Convocada pela Polícia no início de Fevereiro, na sequência de revelações nas redes sociais sobre a sua alegada dupla nacionalidade franco-senegalesa, foi detida durante 48 horas

O Conselho Constitucional tinha rejeitado a candidatura de Karim Wade, antigo ministro e filho do antigo Presidente Aboulaye Wade, devido à sua dupla nacionalidade franco-senegalesa. Após a desistência de Wardini, resta apenas uma mulher na corrida presidencial, a empresária Anta Babacar Ngom.

Os apoiantes de Bassirou Diomaye Faye, candidato da oposição às eleições presidenciais adiadas no Senegal, exigiram ontem a sua "libertação sem demora” em nome da "igualdade de tratamento”, segundo comunicado enviado à AFP.

"Todos os candidatos devem estar sujeitos ao princípio constitucional da igualdade de tratamento. É por isso que a libertação imediata do candidato Bassirou Diomaye Diakhar Faye é uma exigência popular e respeitadora da Constituição”, indica o comunicado da coligação Diomaye Presidente. A coligação refere, também, a "necessidade de libertar urgentemente Ousmane Sonko, líder da oposição”.

A sua candidatura foi rejeitada pelo Conselho Constitucional que, em vez disso, manteve a de Faye, o seu número dois. Sonko está preso desde Julho de 2023 por alegadamente apelar à insurreição, através de uma empresa terrorista e por colocar em perigo a segurança do Estado.

Bassirou Diomaye Faye está em prisão preventiva desde Abril de 2023, mas ainda não foi julgado e condenado, razão pela qual a sua candidatura foi aceite pelo Conselho Constitucional.

 
UE apela à campanha com todos os candidatos 

No final de Janeiro, a União Europeia considerou "muito importante que os candidatos que foram seleccionados pelo Conselho Constitucional possam fazer campanha em plena igualdade” com os seus adversários.

Várias dezenas de opositores foram libertados nos últimos dias, num gesto de apaziguamento do Presidente Macky Sall, que não reconhece a existência de presos políticos no Senegal. "Ao mesmo tempo que saúda a libertação dos presos políticos”, a coligação Diomaye Presidente "solicita que todos os presos políticos ainda encarcerados sejam imediatamente libertados”.

O Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (Raddho) saudou, em comunicado de imprensa, a iniciativa do Governo senegalês de libertar as pessoas detidas "injustamente”, algumas delas há mais de dois anos.  

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