A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
O Chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, perante a onda de protestos lançada pela oposição no domingo, disse que o adiamento das eleições obedece à Lei Eleitoral, e prometeu iniciar um “diálogo nacional aberto”, por forma a reunir as condições para que as presidenciais, adiadas sem data indicada, decorram de forma livre, transparente e inclusiva.
O adiamento das eleições, anunciado no sábado através de um Decreto Presidencial, derivou, segundo o Governo senegalês, de um "alegado caso de corrupção de juízes”. O Presidente Sall garantiu, a propósito, que a Assembleia Nacional avançou com uma investigação sobre o processo de selecção de candidatos.
No entanto, o líder da oposição Khalifa Sall, colocado como um dos principais candidatos, orientou a realização de uma manifestação no domingo, tendo as autoridades policiais lançado uma operação de segurança pública para travar a onda de violência.
O deputado de um partido da oposição, Guy Marius Sagna, disse que a ex-Primeira-Ministra Aminata Touré foi detida quando participava, em Dakar, na manifestação contra o anunciado adiamento das eleições presidenciais. "Confirmo que Aminata Touré foi presa e levada pela Polícia”, disse o deputado, citado pela AFP.
Aminata Touré, ex-Primeira-Ministra do Senegal de Setembro de 2013 a Julho de 2014, nomeada pelo Presidente Macky Sall, de quem chegou a ser próxima. Na manifestação, os polícias lançaram gás lacrimogéneo contra centenas de pessoas que se concentravam numa das principais ruas do Senegal para contestar o adiamento das eleições presidenciais.
Segundo a France-Presse (AFP), os manifestantes, homens e mulheres de todas as idades, envergando a camisola da selecção nacional e agitando bandeiras do Senegal, reuniram-se na rotunda de uma das principais estradas de Dakar, a pedido de vários partidos da oposição para mostrar o descontentamento pela decisão do Presidente de adiar as eleições.
Suspensão da emissão do canal Walf TV
As autoridades senegalesas suspenderam no domingo o sinal de um canal de televisão privado que alegadamente "incitava à violência” através das imagens dos protestos contra o adiamento das eleições presidenciais. O Ministério das Comunicações, "de acordo com o Conselho Nacional de Regulação Audiovisual (CNRA), ordenou às emissoras da Walf TV que cortassem temporariamente o sinal por incitar à violência”, disse à AFP o seu director de Comunicação, Ousseynou Dieng.
O grupo Walf anunciou nas redes sociais que a sua licença tinha sido "definitivamente retirada pelo Estado”.
Apelo da CEDEAO
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pediu, ontem, a promoção do diálogo para garantir eleições inclusivas no Senegal, após o Presidente Macky Sall ter adiado as presidenciais de 25 de Fevereiro.
Num comunicado citado pela AFP e assinado em Abuja, capital da Nigéria, a organização afirmou que a Comissão da CEDEAO manifesta a sua preocupação com as circunstâncias que levaram ao adiamento das eleições e pede às autoridades competentes que acelerem os diferentes processos para estabelecer uma nova data.
O bloco regional, composto por 15 países - embora os Governos do Burkina Faso, do Mali e do Níger tenham anunciado a sua retirada na semana passada -, também apelou a "toda a classe política (senegalesa) para dar prioridade ao diálogo e à colaboração para a realização de eleições transparentes, inclusivas e livres.
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