Sociedade

Serviço Penitenciário movimenta 1.200 reclusos

André da Costa|

Jornalista

O Serviço Penitenciário regista, semanalmente, em todo o país,um movimento de 1.200 de reclusos, sendo que 680 são internados e 530 restituídos à liberdade, informou o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa.

15/03/2024  Última atualização 12H13
Reclusos têm sido reabilitados por especialistas para uma melhor reintegração na sociedade © Fotografia por: Edições Novembro
O superintendente-chefe prisional Menezes Cassoma, explicou ao Jornal de Angola,a propósito do Seminário sobre Excesso de Prisão Preventiva, alusivo ao 45º aniversário desse órgão do Ministério do Interior, que se assinala na próxima quarta-feira, e que decorreu na Universidade Jean Piaget, em Viana.

O oficial superior acrescentou que essa situação, faz com que o sistema penitenciário regista neste momento, excesso de prisão preventiva, ao nível das 42 cadeias existentes em todo o país.

Menzes Cassoma afirmou que a Conferência na Universidade Jean Piaget abordou com magistrados do Ministério Público, os constrangimentos que o excesso de prisão preventiva tem causado no sistema penitenciário.

O ano passado, disse, o Sistema Penitenciário registou excesso de prisão na ordem dos 2.971 reclusos.   

O Excesso da Prisão Preventiva, disse, tem dificultado o Sistema Penitenciário na aplicação das políticas de reabilitação e de reintegração social da população penal entre detidos e condenados em conflito com a Lei.

A situação, segundo Menezes Cassoma, é preocupante na media em que viola princípios e direitos constitucionalmente consagrados, como a presunção de inocência, o princípio da dignidade da pessoa humana, o direito à liberdade e de locomoção.

O director fez saber que  outro constrangimento de Excesso de Preventiva, tem a ver com a  superlotação e algumas dificuldades na execução de transferências dos reclusos de um Estabelecimento Penitenciário para outro, consagrados por lei, assim como obstáculos na compartimentação da população prisional.

A situação, segundo explicou, pode fazer surgir no seio dos arguidos, comportamentos agressivos, resultantes da indefinição da condição legal, assim como aparecimento de casos de transtornos mentais, tentativas de suicídios e  tensões violentas dentro dos estabelecimentos prisionais.

Para solucionar a situação,  a Direcção do Ministério do Interior, tem feito todos os esforços para construir  novos estabelecimentos  e centros penitenciários para o internamento dos menores,sendo que  muitas dessas infra-estruturas já estão na fase de inauguração.

Menezes Cassoma disse  que a inauguração da Cadeia de Cassosso, no dia 12 deste mês, com capacidade para internar 656 reclusos, constitui mais-valia para o Ministério do Interior. Nos proximos tempos vão ser inauguradas as cadeias de Boma, na província do Moxico, a cadeia de Cacongo em Cabinda, Cuquema, no Bié e o Estabelecimento Penitenciário da Matala, na província da Huíla.  

O director explicou que o Serviço Penitenciário sempre reportou, periodicamente, aos órgãos de justiça, os mapas, contendo números de casos de arguidos em excesso de prisão preventiva para conhecimento e tomada de decisão.

O Estabelecimento Penitenciário de Cassosso inaugurado a 12 de Maio, torna-se assim na 42º cadeia existente e, está vocacionada para o internamento de reclusos entre detidos e  condenados, provenientes das penitenciárias do Sumbe, Amboim, e do Centro Penitenciário para Jovens de Wacu Kungo, na província do Cuanza-Sul. Posteriormente vai também receber outros  reclusos das demais cadeias do país, já que os mesmos, a partir do momento em que são condenados, podem cumprir pena em qualquer estabelecimento ao nível do país.

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